Por causa do coronavírus

“Quem tem botijão cheio não venha buscar”, apela distribuidor sobre falta de gás em Curitiba

Distribuidora Lilão, no bairro Pilarzinho, tinha apenas quatro botijões de gás pra vender, todos vazios, na manhã desta quinta-feira (2). Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

As distribuidoras de gás em Curitiba e região metropolitana seguem com problemas para atender a clientela durante a pandemia do coronavírus. O botijão de 13 quilos, o mais utilizado em fogões residenciais, não é encontrado com facilidade nos bairros há mais de uma semana. Apesar do problema, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) garante que o abastecimento segue normal em todo o Brasil.

A falta de gás já tinha sido verificada pela Tribuna do Paraná semana passada. Desde então, nada mudou. Nesta quinta-feira (2), a reportagem entrou em contato com estabelecimentos nos bairros Novo Mundo, Xaxim e Pilarzinho em Curitiba, todos sem botijões para vender. Em estabelecimentos de Pinhais, na região metropolitana, a mesma coisa.

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Hélio Alves de Lima, 40 anos, é responsável pela Distribuidora Lilão, no bairro Pilarzinho. Com 19 anos no ramo, o momento é de preocupação. “ O telefone não para e, infelizmente, não tem como atender. Não temos botijão cheio e, quando chega, vende em 40 minutos todo o nosso estoque. No último pedido, foram 100 botijões de 13 quilos” relata o comerciante.

Na hora da compra, muitas distribuidoras estão tentando limitar somente um botijão por pessoa. Comerciantes relatam que muitos clientes tentam comprar mais de um botijão alegando que para o pai ou avô – idosos são um dos principais grupos de risco de contágio da covid-19 e por isso não devem sair de casa.

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“Tentamos ao máximo evitar isso. No entanto, como proibir esta situação? Não sabemos se é verdade ou mentira. A gente usa o bom senso sempre, analisado primeiro. Mas pedimos para quem tem botijão cheio em casa que não venha pegar. Pode prejudicar outra família”, ressaltou Hélio.

Preocupação

A ascensorista Eva de Fátima Romualdo, 46 anos, mora ao lado da distribuidora Lilão. Da janela de casa, ela vê o movimento constante de carros em busca de botijões. A maioria, segundo Eva, vai embora de mãos vazias. Em casa, Eva calcula que o botijão deva durar por mais um mês para ela e a mãe 82 anos. “Tenho medo de acabar, mas sei que posso esperar. Temos que ficar em casa e logo isso também vai normalizar. As pessoas precisam ter consciência disso”, comenta a ascensorista.

Distribuição e Revenda

Segundo a ANP, o abastecimento segue normal em todo o Brasil. Em nota à Tribuna do Paraná, a agência esclarece que não há razão para corrida da população para estocar botijões em casa. O abastecimento, segundo a ANP, está ocorrendo em todo o país.

No entanto, ressalta a nota, podem ocorrer problemas pontuais diante da situação de crise. A ANP monitora diariamente o mercado de combustíveis e está trabalhando para garantir o abastecimento, conclui a nota.