O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) assinou um termo de cooperação técnica com a Associação dos Notários e Registradores do Paraná (Anoreg-PR) para a implementação do projeto “Cartório Acolhedor”. Através dele, mulheres em situação de violência doméstica terão maiores oportunidades de emprego, estágio e capacitação profissional no estado.
A iniciativa tem como objetivo promover a reintegração social e o ambiente inclusivo para as vítimas. Conforme explica a presidente do TJPR, desembargadora Lidia Maejima, o projeto espera que as mulheres atinjam a independência duradora e assegurem a oportunidade de reconstruir suas vidas em um ambiente seguro e acolhedor.
“O documento que celebramos hoje é um compromisso com princípios e com a dignidade. Acreditamos na capacidade de transformação das pessoas e na força das instituições quando trabalham unidas por um propósito maior”, afirmou.
O acordo foi firmado nesta terça-feira (21/10). A segunda vice-presidente da Anoreg-PR, Mônica Maria Guimarães de Macedo Dalla Vecchia, ressaltou que o projeto demonstra uma sensível visão institucional em relação à necessidade de proteção às mulheres que se encontram em situação de violência.
“O propósito é dar chances àquela mulher que sofre com qualquer tipo de violência refazer a sua vida profissional em um ambiente acolhedor, democrático e sensível às dificuldades do cidadão. Os cartórios são o lugar onde encontramos cidadania, segurança jurídica e cuja capilaridade muito breve atenderá todas as mulheres de todos os municípios do estado do Paraná”, afirmou.
Em 2024, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia no Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, 37% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses.
Próximos passos
A corregedora da Justiça, desembargadora Ana Lúcia Lourenço, informou que, nas próximas semanas, o TJPR lançará o aplicativo Cartório Acolhedor. A ferramenta poderá ser utilizada pelas mulheres para se cadastrarem.
Ainda segundo a corregedora, 31 cartórios já estão inscritos no projeto piloto, nesta primeira fase da iniciativa.
“O propósito maior é fomentar a contratação de mulheres em situação de violência doméstica. Ao auxiliarmos, criando um ambiente que as ajudem a romper com esse ciclo de dependência, elas poderão também romper com o ciclo de violência”, destacou a desembargadora.



