Sem poder trabalhar devido às medidas de prevenção contra a Covid-19 e apaixonada por culinária, a professora Ilaine Rosane Woltmamn Holz decidiu aproveitar o tempo em casa para preparar mais de 300 pães e doá-los. “Conversei com meu marido para que ele ajudasse na produção e perguntei ao pessoal do condomínio se dariam ingredientes”, conta a moradora de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. “Só que eu não imaginava que tanta gente fosse colaborar”.

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Em poucas horas, os vizinhos colocaram uma caixa na portaria do residencial para receber os itens, e todos os produtos necessários para os primeiros 30 pães já estavam garantidos. “Foi bem rápido, e decidimos entregar essa fornada aos caminhoneiros que não tinham onde comer durante suas viagens”, afirma Ilaine, que levou os pães fresquinhos à sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dia 30 de março e compartilhou as fotos com as professoras que atuam com ela na Escola Municipal Nasciso Mendes.

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E foi a partir dessas imagens que a ideia cresceu ainda mais. “Como muitos alunos que estudam conosco só têm a merenda do colégio para comer, as funcionárias decidiram se engajar na campanha para que atendêssemos essas crianças”, conta a voluntária.

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Por isso, mulheres como Rosiany da Silva Lisboa começaram a divulgar a ideia em suas redes sociais com o objetivo de preparar um lanche completo para a família dos pequenos. “Chamamos o movimento de ‘kit café’, pois nossa ideia é doar pães, margarina, leite, chá e o que conseguirmos”, explica a paranaense, que é diretora da escola.

Só que, no dia da entrega, o grupo decidiu que não doaria os itens somente às famílias dos estudantes que morassem no Jardim Modelo, mas a todos dessa comunidade carente que se aproximassem dos carros da equipe. “Então, assim que estacionamos e anunciamos que tínhamos pães para doação, começaram a vir crianças, gestantes, idosos e muita gente que estava precisando”, conta Ilaine, emocionada ao ver o resultado do trabalho realizado dia 1° de abril.

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“É muita pobreza e miséria. Aí a gente percebe, de verdade, como um ato simples como entregar um pão e um litro de leite pode fazer diferença a alguém”, relata a professora, que decidiu – com o esposo Elias Woltmamn – continuar dedicando cerca de 14 horas para a produção dos pães em cada ação. “A gente começa por volta das 8 horas e termina depois da meia-noite, mas o resultado é gratificante”.

Até esta terça-feira (7), os são-joseenses já realizaram quatro distribuições e agora se preparam para uma entrega especial de Páscoa, quando pretendem reforçar o “kit café” com doces e chocolates. “Não dá para você dormir tranquilo sabendo que outras pessoas não têm o pão de cada dia em sua casa. Então, todos são convidados a participar com a gente”, incentiva Rosiany.

Para colaborar, é possível realizar doações ou ajudar pessoalmente na separação dos itens e montagem das cestas, em horários alternados e sem aglomeração. “Lembrando que também é possível doar alimentos não perecíveis e produtos de higiene, pois há muita gente precisando”, finaliza Rosiany. Mais informações pelo Facebook ou pelo WhatsApp (41) 99921-3270.