Medo e insegurança!

Muro de loja desmorona após temporal em Curitiba. Acumulado de chuva bate recorde

Muro não aguentou a pressão da chuva e cedeu no bairro Mercês, em Curitiba. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

A chuva da noite quinta-feira (26), além de assustar muitos curitibanos causou alagamentos em alguns bairros de Curitiba, especialmente na região sul da cidade. O muro de um estabelecimento nas Mercês não suportou a enorme quantidade de água e acabou cedendo. De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume chegou a 85,6 milímetros e atingiu mais de 65% do esperado para todo mês que é de 124 milímetros. A quantidade de água é o maior acumulado em 24 horas desde o começo do ano em Curitiba. Não há registro de feridos ou de pessoas que precisaram deixar suas casas (desabrigados ou desalojados).

A situação que mais chamou a atenção foi a queda de um muro na Rua Roberto Barroso, nas Mercês. Ninguém saiu ferido, mas provocou um enorme barulho devido à quantidade de terra que desceu em direção a um prédio que está em construção.

Segundo vizinhos do local, a sensação é de medo que algo ainda possa ocorrer devido à instabilidade do solo. “Tenho medo que isto provoque algum problema, pois moramos aqui ao lado. Foi um barulho muito forte e percebi o estrago nesta manhã”, disse Madalena Rehne, em entrevista ao Bom Dia Paraná, na RPC.

Vizinhos temem que estrutura desabe ainda mais. Foto: Gerson Klaina.

Uma equipe da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), órgão de fiscalização da prefeitura de Curitiba, estão no local fazendo avaliação das possíveis causas do desabamento. A edificação não foi comprometida. A Cosedi também vistoriou um imóvel na Rua General Anor Pinho, no Boa Vista, onde o muro divisório nos fundos do lote desabou.

Alagamentos e queda de árvores

Curitiba registrou quatro pontos de alagamento, dois no bairro de Santa Felicidade e outros dois na Cidade Industrial de Curitiba. Estão bloqueados parcialmente a Rua Frei Gaspar da Madre de Deus, no Novo Mundo, a Rua Ceilão, nº 180, no Cajuru, e a Rua Francisco Nunes próximo ao número 878, no Rebouças. Outro poste caiu na Rua Tenente Francisco Ferreira de Souza, no Hauer. Agentes da Superintendência de Trânsito fizeram a devida sinalização, com barreiras, que deve durar até a liberação das vias e retirada dos entulhos.

Houve ainda registro de cinco queda de árvores e galhos grandes. No bairro Água Verde (Rua Carneiro Lobo), a árvore caiu sobre a rede elétrica e o poste sobre um veículo.

Ainda pela manhã seguiam desligados os semáforos nos cruzamentos das ruas Martim Afonso com Fernando Moreira e da Avenida Iguaçu com a Brigadeiro Franco, com apoio de agentes de trânsito.

Emergência? Peça ajuda!

Em caso de emergência, o cidadão deve recorrer aos telefones 199 (Defesa Civil – alagamentos), 153 (Guarda Municipal – fornecimento de lona), 156 (Central de Atendimento ao Cidadão da Prefeitura – quedas de árvore) e 193 (Corpo de Bombeiros – resgate).

Chuva acima do esperado

Segundo o Inmet, em um período de seis horas choveu 85,6 milímetros. A quantidade representa um volume de 65% do esperado para todo o mês de novembro que era de atingir 124 milímetros. A quantidade de água é o maior acumulado em 24 horas desde o começo do ano em Curitiba.

 A instabilidade no tempo deve ficar até o fim de semana e ainda há possibilidade de mais dias chuvosos na capital nos próximos dias, ao longo de toda a primeira semana de dezembro. A chuva tem sido esperada com ansiedade no estado, por causa da maior crise hídrica da história provocada pela forte estiagem. O período de seca obriga a Companhia de Abastecimento (Sanepar) a realizar cortes programados no fornecimento de água dos bairros de Curitiba, a cada um dia e meio.