A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em primeiro turno, nesta terça-feira (16), o projeto de lei que declara de utilidade pública a Sociedade Movimento dos Focolari, que é a realizadora do Projeto Fraternidade na Unidade. A iniciativa, protocolada pelos vereadores Marcos Vieira (PDT) e Laís Leão (PDT), recebeu 22 votos favoráveis, sendo acatada por unanimidade.

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Imagina só: um movimento que nasceu lá na Itália, em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Chiara Lubich, hoje transforma a vida de pessoas em Curitiba. O Movimento dos Focolari se espalhou pelo mundo com uma missão: promover a fraternidade universal, o diálogo e a cultura de paz. Aqui na capital paranaense, o trabalho começou em 2018, no Santuário Nossa Senhora da Salette, como resposta ao chamado do Papa Francisco no Dia Mundial dos Pobres. Em 2023, o projeto se consolidou oficialmente como filial da Sociedade Movimento dos Focolari.

“O Movimento dos Focolari surgiu no pós-guerra com a missão de construir pontes. Hoje, em Curitiba, o Projeto Fraternidade na Unidade transforma vidas de migrantes e refugiados, com gestos concretos de solidariedade”, destacou Marcos Vieira, na tribuna da CMC. “Fico especialmente feliz em poder assinar esta utilidade pública junto do vereador Marcos Vieira, porque conheço de perto o trabalho que vocês fazem. É um trabalho genuíno, feito com amor, que acolhe quem muitas vezes é invisível nos territórios”, acrescentou Laís Leão.

O projeto acolhe atualmente principalmente imigrantes venezuelanos e cubanos, pessoas que chegam ao Brasil muitas vezes sem nada além da esperança por dias melhores.

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A Declaração de Utilidade Pública Municipal emitida pela CMC funciona como um verdadeiro atestado de bons antecedentes para a entidade. Na prática, isso facilita muito a realização de convênios com o poder público. Para conquistar esse título, que é regulamentado pela lei complementar 117/2020, a organização precisa ter sede em Curitiba, documentação em dia, prestar serviços de interesse da população e apresentar um relatório detalhado de atividades – tudo isso está anexado ao projeto de lei e disponível para consulta online.

Segundo o relatório apresentado, a Sociedade Movimento dos Focolari atende anualmente cerca de 4 mil pessoas, entre migrantes, refugiados e apátridas. Eles oferecem acolhimento, apoio psicossocial, encaminhamentos a serviços públicos e atividades de integração social. O projeto também promove campanhas de alimentos, roupas e móveis, além de oficinas super importantes de culinária e informática para facilitar a inclusão laboral e digital dos beneficiários.

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“Este reconhecimento público é também um símbolo de esperança. Mostra que, para quem está num processo de migração forçada, é possível ver uma luz no fim do túnel”, destacou Laís Leão, que se emocionou na tribuna da CMC ao falar do trabalho social com imigrantes do projeto Fraternidade na Unidade. O terceiro setor chega onde o poder público não consegue chegar. “Por isso precisamos reconhecer e fortalecer esse trabalho essencial em prol da vida”, reiterou Marcos Vieira. No plenário, Rafaela Lupion (PSD), Camilla Gonda (PSB) e Delegada Tathiana Guzella (União) declararam apoio à iniciativa, ressaltando a importância do trabalho social da entidade.