O que era para ser uma noite tranquila de trabalho se tornou um pesadelo vivido há uma semana pelo motorista de aplicativo Egmar de Paula, de 55 anos. Torcedor do Athletico desde criança, o trabalhador teve o carro destruído por outros torcedores do time após o último clássico Atletiba, vencido por 1×0 pelo Coritiba na Arena da Baixada.
De acordo com o Egmar, no dia 28 de junho, ele e o filho assistiram o jogo na arena. Após a derrota do time rubro-negro, o motorista deixou o filho em casa e, em seguida, aproveitou o trajeto para fazer corridas.
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Por volta das 22h, Egmar aceitou uma solicitação de quatro torcedores do Coritiba que embarcaram no carro entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto com a Brasílio Itiberê. Quando o veículo se aproximou da esquina da rua Brigadeiro Franco, o semáforo fechou e, segundo Egmar, mais de 20 torcedores do Athletico atacaram o carro com pedras e chutes.
“Não foi só o meu. Subiram no carro e começaram a depredar até que, de repente, estourou o vidro do lado do passageiro de trás. Abriram a porta e falaram que ali tinha coxa-branca. Bateram nele”, relembra.
Segundo o motorista, outros carros estavam parados no semáforo, impedindo que ele pudesse escapar. Quando o sinal abriu, os passageiros conseguiram fechar a porta e Egmar acelerou e saiu do local o mais rápido possível.
Veja abaixo o vídeo feito logo após:
BO após vandalismo e violência
O motorista foi até o 2° Distrito Policial e registrou o boletim de ocorrência. A Tribuna do Paraná entrou em contato com a Polícia Civil para saber se o caso será investigado, mas até a publicação desta reportagem, a corporação não havia se manifestado.
Prejuízo de R$ 12 mil
De acordo com Egmar, o carro destruído é um Nissan Leaf, modelo importado e elétrico. Ele diz que entrou em contato com o seguro. Porém, por se tratar de um caso de vandalismo, não há cobertura. O prejuízo é avaliado em R$ 12 mil.
“É um carro locado, pago R$ 1,2 mil por mês para trabalhar, seguro não cobre, então você fica apático. Estou parado desde então”.
Para Egmar, a situação lhe causa revolta extrema. Pois, também como torcedor do time, entende que nada justifica a atitude tomada pelos baderneiros.
“Não são torcedores, são vândalos que vieram com a intenção de prejudicar. Poderia ter sido uma ocasião de morte. Graças a Deus, conseguimos nos livrar disso, fora os bens materiais que, infelizmente, nos deu um prejuízo bem alto”.
Coração rubro-negro entristecido
Egmar é torcedor do Athletico desde criança. Ele lembra com carinho da primeira vez que foi ao estádio assistir o time de coração com o avô, aos sete anos.
Ele é sócio há mais de dez anos e, diante de uma situação como essa, o sentimento de consternação o faz refletir sobre os problemas da segurança pública na cidade.
“Sempre que posso acompanho o clube. Já fui para Buenos Aires e Montevidéu e você vê que o policiamento é outro. Não consigo entender o que acontece com a nossa polícia ao redor dos estádios”.
E ai, PM?
A reportagem da Tribuna entrou em contato com a Polícia Militar que, afirma, que esteve presente no clássico com efetivo reforçado, tanto na área interna, quanto na área externa da arena.
A assessoria do Athletico Paranaense também foi comunicada sobre o caso, mas não se pronunciou, até o momento.
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