Curitiba dá mais um passo à frente na luta contra as arboviroses. Neste sábado (19), o Parque Tecnológico da Saúde do Governo do Paraná inaugurou a maior biofábrica do mundo de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, conhecidos como Wolbitos. Esta iniciativa promete revolucionar o controle biológico dos vetores transmissores da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.
A nova unidade, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem capacidade para produzir até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana. Com mais de 3,5 mil metros quadrados e equipamentos de última geração, a biofábrica conta com uma equipe de cerca de 70 funcionários dedicados à criação dos Wolbitos.
Beto Preto, secretário de Estado da Saúde, destaca: “A inauguração desta unidade coloca o Paraná em destaque nacional no uso de tecnologia avançada e sustentável no combate às arboviroses para todo o país”, falou à Agência Estadual de Notícias.
O método Wolbachia, desenvolvido na Austrália, consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia. Esses mosquitos, ao se reproduzirem com a população local, geram uma nova geração de insetos com a mesma bactéria, que impede o desenvolvimento dos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika.
A biofábrica de Curitiba será coordenada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e pelo World Mosquito Program (WMP), detentor da patente da tecnologia. Eduardo Marafon, diretor-presidente do Tecpar, ressalta que a escolha do Paraná para sediar a unidade reforça o compromisso do estado com soluções inovadoras para a saúde pública.
A implementação do método Wolbachia no Paraná começou em julho de 2024, com projetos-piloto em Foz do Iguaçu e Londrina. Agora, com a nova biofábrica, a expectativa é ampliar significativamente o alcance dessa estratégia, beneficiando aproximadamente 140 milhões de brasileiros ao longo de 10 anos.
O Paraná tem intensificado suas ações de combate às arboviroses desde 2019, com a criação do Comitê Intersetorial de Controle da Dengue. Além do método Wolbachia, o estado promove mutirões, campanhas de conscientização e aplicação de inseticidas.
Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná registrou este ano 85.611 casos confirmados e 107 óbitos por dengue, além de 5.135 casos e cinco mortes por Chikungunya. Não há confirmações de casos de Zika Vírus no período.
A inauguração da maior biofábrica de Wolbitos do mundo em Curitiba representa um marco importante na luta contra as arboviroses, colocando o Paraná na vanguarda das estratégias de saúde pública no Brasil.




