Emboscada

Macaco que atacou bebê na Grande Curitiba é capturado por equipe de veterinários

Quase um mês depois de atacar um bebê de um ano e nove meses em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi capturado, na manhã desta sexta-feira (7), o macaco bugio que agrediu a criança foi capturado. A captura foi feita por um médico veterinário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), com apoio de outros dois da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e utilização de um dardo tranquilizante, um dia após o animal quase atacar mais uma criança.

No primeiro caso, ocorrido há quase um mês, o macaco invadiu o apartamento de uma família e mordeu na cabeça uma menina de 1 ano e nove meses, que teve de passar por uma cirurgia para reconstrução do couro cabeludo. Agora, o animal fica em quarentena para ter a saúde avaliada a fim de garantir que não possui nenhuma doença contagiosa. Depois, o Ibama vai decidir se ele será solto de volta na natureza em outra região ou se ficará em um refugio animal.

+Leia também: Macaco que atacou criança na Grande Curitiba ‘driblava’ armadilhas

Já na última quinta-feira (6), a câmera de segurança do prédio registrou o bugio, um dos maiores primatas do Brasil, indo para cima de um grupo de crianças que brincava no parquinho do condomínio. Na imagem, o macaco vai em direção a quatro meninas, que saem correndo. Por pouco, o bugio não se agarrou na perna de uma das crianças. Veja o vídeo:

A gravação das meninas fugindo foi determinante para a captura nesta sexta, após 17 dias de tentativas do Ibama, que optou pela captura após um jogo de empurra-empurra sob a responsabilidade da ação com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Polícia Ambiental. “Após recebermos o vídeo, decidimos não medir esforços para capturar o macaco hoje”, afirma o médico veterinário do Ibama Rafael Xavier.

+Leia também: Incidente com bugio expõe riscos do contato entre humanos e animais silvestres

Inicialmente, o veterinário faria o acompanhamento do bugio como nos outros dias, quando permaneceu no condomínio apenas no período em que o bicho costuma aparecer para se alimentar, entre 8h e 9h. Mas, diante da reclamação dos moradores após a filmagem, o Ibama decidiu reforçar a tentativa nesta sexta.

“Iríamos ficar o dia todo aqui hoje para pegá-lo. Nosso receio era de que o macaco pudesse ferir alguém novamente ou mesmo de ele ser ferido”, explica Xavier. “A sociedade espera sempre uma resposta rápida em casos como este, mas o animal de vida livre na natureza tem o seu próprio tempo”, enfatizou o veterinário do Ibama sobre a dificuldade da captura.

+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do trio de ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!

Quem ajudou para que a ação ocorresse esta manhã foi a araucariense Fabiana Fernandes, de 32 anos. Moradora da vila localizada atrás do bosque, ela via diariamente o animal se aproximar do condomínio e de outras residências e até havia dado um apelido ao bicho: Neném. “A gente nunca dava comida para o macaco, até porque ele já tinha mordido uma de nossas vizinhas. Mas ele sempre estava por aqui e nos conhecia”, relata.

Por isso, ao verem a equipe de veterinários nesta sexta, os vizinhos entraram em contato com ela. “Me ligaram para que viesse chamar o macaco. Aí eu cheguei por volta das 10h30, chamei, e ele já se aproximou”, afirma a mulher, que ficou feliz com a captura. “É tudo pela segurança das crianças”, completou.

+Leia também: Nascimento de filhote de macaco é motivo de festa no Zoológico de Curitiba

Susto

Nenhuma criança se feriu no contato com o macaco quinta-feira. Mas o susto foi grande, afirma a gerente de vendas Lindinalva Oliveira, de 34 anos, moradora do prédio. “Minha filha estava em pé ao lado do gira-gira no momento em que o animal se aproximou. Ela chegou em casa muito assustada contando o que aconteceu”, relata a mãe. Além da filha de 8 anos, Lindinalva também tem uma bebê de dois anos e agradece pela irmãzinha não estar com a mais velha no parquinho no momento do susto. “Só pensamos na segurança dos nossos filhos. Isso é o mais importante para um pai e uma mãe”, pontuou.

Outra moradora, Simone Cristina de Oliveira, de 46 anos, também estava com medo do que poderia acontecer com os filhos enquanto o macaco não fosse capturado. “Fiquei horrorizada com a situação no parquinho porque se fosse minha filha ali, ela teria começado a gritar. Não teria tido a reação de sair correndo e podia ter se machucado seriamente porque o animal avançou. Fico desesperada ao pensar nisso”, relata.

 

Vídeo: veja como o macaco que quase matou criança invade apartamentos