A pena do médico Raphael Suss Marques, condenado em 2023 pela morte da fisiculturista Renata Muggiati, foi aumentada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) nesta quinta-feira (25/09). A decisão da 1ª Câmara Criminal elevou a sentença de 31 anos para 34 anos, 10 meses e 15 dias de prisão em regime fechado.
A revisão ocorreu após análise de recursos apresentados tanto pela defesa quanto pela assistência de acusação. Dos três desembargadores que participaram do julgamento, dois votaram pelo aumento da pena, enquanto o relator do caso foi contrário à alteração.
Em nota, a defesa da família de Renata, representada pelo escritório Accioly, Laufer Sociedade de Advogados, comemorou a decisão: “O aumento da pena reafirma a gravidade do crime e a necessidade de respostas firmes por parte da Justiça. Este resultado representa um avanço na luta contra o feminicídio e reforça a mensagem de que tais crimes não serão relativizados”.
Já a defesa de Raphael Suss Marques não se manifestou publicamente. Em resposta ao g1, os advogados do médico informaram que irão recorrer, buscando a anulação do júri.
Relembre o caso
O julgamento do médico ocorreu em fevereiro de 2023, quando ele foi condenado por lesão corporal e fraude processual. Na época do crime, em setembro de 2015, Raphael era namorado de Renata.
Na madrugada do dia 12 de setembro daquele ano, a atleta morreu ao cair do 31º andar de um edifício na Rua Visconde do Rio Branco, esquina com a Comendador Araújo, no Centro de Curitiba. Inicialmente, Raphael declarou à Polícia Militar que Renata havia se jogado pela janela.
A versão levantou suspeitas, e os policiais encontraram indícios de que ela teria sido asfixiada antes de ter o corpo arremessado para simular um suicídio. A investigação foi marcada por contradições em laudos: alguns apontaram que Renata já estava morta quando foi lançada pela janela, enquanto o laudo de necropsia oficial sustentava que a morte ocorreu somente com o impacto no solo.
Raphael foi preso preventivamente após o crime, mas conseguiu o direito de responder em liberdade em agosto de 2017. Em fevereiro de 2019, voltou a ter a prisão decretada pela juíza Taís de Paula Scheer, depois de descumprir condições judiciais ao frequentar uma casa de pôquer em Curitiba.



