Explosão de casos

Julho sozinho concentra 66% das infecções e 60% das mortes por covid-19 no Paraná

Foto: Lacen/AEN

O mês de julho sozinho concentrou 66% das infecções e 60% das mortes por covid-19 no Paraná desde o início da pandemia. Ao todo, o mês passado registrou 50.152 novos casos e 1.152 pessoas que perderam a vida na pandemia no estado, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

Julho também concentra os três piores indicadores de casos e de óbitos em 24 horas: 2.538 no dia 30, 2.242 no dia 21 e 2.221 no dia 9. Já o de óbitos foram 59 no dia 21, 52 nos dias 20 e 28 e 46 no dia 6. Apenas dois dias registraram índices menores do que mil casos: dia 26, quando foram 930 casos, e 248 casos no dia 31.

O menor pico diário de mortes foi registrado na última sexta-feira (31), com 6 óbitos. Mas, de acordo com a Sesa, a tendência é de aumento nos indicadores no dia 31 com a entrada das análises do final de semana.

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Os dados divulgados também apontam que a média móvel de casos no Paraná é de 1.994, um acréscimo de 0,3% em relação aos últimos 14 dias. Já a média móvel de óbitos de 31,8 teve decréscimo de 10,6% na comparação com duas semanas atrás. No comparativo da data de divulgação, julho concentra 52.707 casos e 1.263 óbitos na média móvel. Nesse recorte, o mês representa 69,9% dos casos e 66% das mortes. Os dias com maior número de casos e de óbitos nesse indicador também foram de julho: 2.605 casos no dia 31 e 71 mortes no dia 29. A média móvel de casos é de 1.667 e de óbitos de 46.

Apesar da explosão dos casos, o Paraná tem o terceiro menor índice do Brasil em casos por 100 mil habitantes (665,7) e a quinta menor taxa de óbitos pela mesma faixa populacional (16,8). A taxa de letalidade do coronavírus no Paraná é de 2,5%. O estado tem mais de 33 mil casos ativos da doença. Já em Curitiba. a Secretaria Municipal de Saúde acredita que a cidade possa estar entrando no platô – quando os números se estabilizam, sem aumento significativo, mas também sem queda significativa de contágio, o que só reforça a necessidade de se manter os cuidados preventivos, como o distanciamento social, o uso de máscara e, se possível, o isolamento social.

Cidades sem casos

De acordo com a Sesa, apenas seis cidades paranaenses ainda não registraram casos de coronavírus: Boa Ventura de São Roque, Flor da Serra do Sul, São Carlos do Ivaí, Rio Bom, Nova Santa Bárbara e Godoy Moreira. Esses municípios reúnem 28.331 habitantes, 0,2% da população do Paraná. Segunda-feira (27), eram oito municípios, mas Bom Sucesso do Sul e São Pedro do Paraná informaram os primeiros três casos durante esta semana.

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Em números absolutos, a secretaria informa que a regional de saúde de Curitiba e Região Metropolitana é a que concentra mais casos (31.140), seguida pela regional de Cascavel (6.333), Londrina (5.132), Maringá (4.643) e Foz do Iguaçu (4.495). Já há mais de 1.000 casos em 18 das 22 regionais de Saúde.

As mortes alcançaram 233 municípios, mais de 58% do Paraná. As maiores incidências absolutas são em Curitiba e Região Metropolitana (947), Londrina (170), Cascavel (126), Maringá (89), Paranaguá (77) e Toledo (50).

Faixa etária

Segundo os dados do governo do Paraná, a faixa etária média dos casos no Paraná é de 40,1 anos, idade da população economicamente ativa, enquanto a de óbitos é de 68,2 anos, o que indica que as complicações da doença se concentram entre as pessoas mais idosas.  A covid-19 impacta mais a população feminina (52%), mas mata mais os homens (61%).

São 17.221 casos entre pessoas com 30 a 39 anos, parcela mais afetada pela doença, o que representa 22,8% do total de infectados no Paraná. A segunda é a de pessoas entre 20 e 29 anos, com 15.442 casos, ou 20,5% dos infectados. São, ainda, 6.670 casos entre crianças e jovens de 0 a 19 anos (8,8% do total) e 10.447 casos entre quem tem mais de 60 anos, 13,8%.

Em relação aos óbitos, a análise do quadro da Sesa mostra que a covid-19 acomete mais mulheres conforme o aumento da idade. A faixa mais atingida é a de mais de 80 anos (224 óbitos), seguida por 70 a 79 anos (202), 60 a 69 (143) e 50 a 59 (99). Entre os homens há diferença. A faixa mais vitimada foi entre 70 a 79 (302 mortes), seguida por 60 a 69 (268) e mais de 80 (258).

Internados 

Segundo o boletim epidemiológico da Sesa, ainda há 1.273 internados, 1,7% do total de infectados no Paraná. Desses, 540 estão em uma das 1.054 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 733 em enfermarias exclusivas para tratamento da covid-19.

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As taxas de ocupação nos leitos exclusivos são de 75% em UTIs adultas, 20% em UTIs pediátricas, 52% em enfermarias para adultos e 34% em enfermarias infantis. A maior preocupação é na macrorregião Leste (85% de ocupação de leitos de UTI adultos).

Somados os casos confirmados e suspeitos internados na rede pública e privada, em todo o estado, são 2.213 internados em leitos clínicos (1.232) e avançados (981).

Cerca de 66% dos casos hospitalizados desde o começo da pandemia apresentavam comorbidades. As mais comuns até agora foram cardiopatia (2.369), diabetes (1.615), pneumopatia (354), doença renal crônica (342) e obesidade (341).

Profissionais de saúde

No recorte da Sesa para profissionais de saúde, são 3.679 infectados desde o começo da pandemia, com prevalência de casos entre enfermeiros e técnicos de enfermagem (1.802), médicos (391), farmacêuticos (109) e dentistas e ortodontistas (97).

Indígenas e detentos 

O Paraná tem 85 casos confirmados nas comunidades indígenas, além de 247 suspeitos e 252 casos descartados. Entre a população privada de liberdade são 355 casos confirmados e 389 suspeitos.


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