Curitiba

Afinal, o Jardim Botânico é um parque? Entenda!

Parece, mas não é: Jardim Botânico é diferente de parque público. Foto: Arquivo/Tribuna do Paraná.

Ponto turístico mais visitado de Curitiba, o Jardim Botânico não é um parque. Ainda que esta informação conste no autoexplicativo nome do espaço público (“Jardim”), ela parece não ser tão óbvia para seus visitantes.

É comum ouvir turistas e frequentadores reclamando das muitas restrições quanto às atividades de lazer que podem ou não serem praticadas no Jardim Botânico de Curitiba.

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Uma placa logo no portão principal ficou famosa nas redes sociais há dois anos. Ela lista as ações proibidas no Jardim Botânico de Curitiba.

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A polêmica placa de proibições do Jardim Botânico. Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

 

E não são poucas. Não pode pedalar, nem andar de skate, jogar bola ou passear com cachorro, não pode decolar de balão, acampar, fumar narguilé e sobrevoar o espaço com drones, entre outras.

Em 2018, após algumas semanas de polêmica, a prefeitura de Curitiba recuou e autorizou a prática de yoga dentro do espaço depois que um grupo fora expulso pela direção do Jardim Botânico.

A justificativa era que a prática da yoga poderia danificar o gramado, algo que seria contrario à natureza da unidade.

Ioga no Jardim Botânico. Foto: SMCS/Cesar Brustolin
Yoga no Jardim Botânico. Foto: SMCS/Cesar Brustolin

“Um Jardim Botânico só existe para a pesquisa, conservação de espécies e educação ambiental. Atividades de lazer precisam ser compatíveis com estes objetivos”, afirma o biólogo botânico José Tadeu Motta, da Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba.

Motta explica que atualmente o Jardim Botânico está integrado ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado pelo Governo Federal no ano 2000.

O SNUC é um conjunto maior de espaços com preocupação ambiental que abrange Áreas de Proteção Ambiental (APA) como parques de conservação, parques lineares, parques de lazer, reservas biológicas, bosques nativos relevantes, bosques de conservação, bosques de lazer e, finalmente, as unidades de conservação específicas.

O Jardim Botânico de Curitiba se enquadra nesta última categoria, ao lado do Pomar Público, Jardim Zoológico e das Nascentes dos rios.

Segundo a legislação federal, um jardim botânico é “a área  protegida constituída por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do país, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente”.

Inaugurado em 1991, o Jardim Botânico é administrado pela Prefeitura Municipal. A legislação vigente que regula o uso do Jardim Botânico é o decreto 170, de 2015.

É este documento que define o que pode e não pode ser feito no ambiente do jardim, bem como as medidas punitivas para quem descumprir as normas, que vão de uma abordagem verbal à aplicação de multas, cujo valor varia de acordo com o ato praticado.

Segundo Motta, todo o método de conservação funciona para garantir que o local possa ser classificado como Jardim Botânico.

“Esse termo não poderia ser usado se nós não atendêssemos determinados critérios estipulados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAM)”, conta o biólogo. “No Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por exemplo, as mesmas regras se aplicam”.

As proibições são a principal diferença, observa Motta, em relação aos parques públicos, onde ao contrário, as atividades recreativas são estimuladas e fazem parte da natureza do espaço.

Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Espaço do Jardim Botânico é própria para caminhadas. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

 

“A principal atividade de lazer no Jardim Botânico é a caminhada que é compatível com a intenção e uso do espaço. É por isso que nas trilhas há diversas placas que explicam sobre as diferentes espécies que o visitante encontra”, disse.

Um jardim tipo C

Dentro do universo dos Jardins Botânicos brasileiros, a unidade de Curitiba é considerada de “tipo C”. A classificação deste tipo de unidade é feita em três categorias.

As de Tipo A precisam ter pesquisa e publicação técnica-cientifica própria, como é o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. As Unidades de tipo B precisam ter bancos de sementes, como é o caso do jardim de São Paulo.

Na categoria C, é preciso que haja um programa de educação ambiental, que mostre o trabalho que é feito o que é feito pela equipe da unidade.

Foto:Daniel Castellano/SMCS
Educação ambiental é o objetivo do Jardim Botânico. Foto:Daniel Castellano/SMCS

 

SERVIÇO

Jardim Botânico de Curitiba
Onde: Av. Professor Lothario Meissner x Rua Engenheiro Ostoja Roguski, sem número.
Horário de funcionamento:
De segunda-feira a domingo
– verão: das 6h às 20h.
– inverno: 6h às 19h30
Ingresso: gratuito

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