Imóvel histórico

Com rachaduras e outros possíveis problemas estruturais, galpão de trens é ‘interditado’

Foto: Reprodução/Google

A regional paranaense do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/PR) e a Secretaria de Estado da Cultura (Seec), por meio da Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC), pediram na última quarta-feira (5) que não aconteçam mais eventos públicos no histórico galpão de trens do Rebouças, conhecido oficialmente como depósito de locomotivas da Rua Mariano Torres.

Relatórios de arquitetos e técnicos dos dois órgãos alertam para rachaduras diversas, queda de revestimento, grandes áreas de infiltração e de exposição das ferragens da laje da cobertura, o que poderia gerar acidentes.

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O imóvel da União, considerado Patrimônio Cultural Ferroviário e tombado pelo estado do Paraná desde 2007, está cedido para a Serra Verde Express e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) desde o fim da década de 1990. O edifício de 60 metros de comprimento, 45 metros de largura e arcos de 15 metros foi construído em 1940 pela Irmãos Thá em um contexto de expansão do ferroviarismo brasileiro.

“Nossos arquitetos fizeram uma vistoria na semana passada e constataram essas questões visuais. Mas precisamos de um laudo de engenharia, de uma análise laboratorial, que indique se a estrutura representa um perigo real. Alertamos que não autorizaremos mais eventos públicos lá até sair o laudo. Fizemos um aviso oficial em reunião com os representantes das empresas que utilizam o espaço. Eles entenderam o problema”, explica o superintendente do Iphan no Paraná, José Luiz Lautert.

O engenheiro civil Sergio Krieger, que encabeça a Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC), frisa que “prefere a precaução”. “Essa medida é para termos certeza da segurança da estrutura”, conta.

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O advogado João Luiz Teixeira, diretor geral da regional paranaense da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que ocupa o local com a Serra Verde Express, diz que recebe com surpresa a notícia. “Na reunião fomos informados de que era uma recomendação não fazer mais eventos públicos com pessoas. Oficialmente não há interdição alguma”, diz. “Só depois do laudo é que a gente vai saber. Até lá a gente continua fazendo eventos.”

Ele defende que como uma associação sem fins lucrativos, com voluntários que tiram dinheiro do próprio bolso para manutenção, não existe possibilidade de recuperar o local sozinhos. “É óbvio que não temos condições de manter a parte estrutural. Diferente da outra empresa que utiliza o local, não temos condições. Nós fazemos visitações gratuitas. Por isso desde o ano passado estamos atrás de empresas parceiras que queiram nos ajudar em um projeto de recuperação da estrutura com apoio da Lei Rouanet“.

Por meio da assessoria de imprensa, a Serra Verde Express informa que contratará um engenheiro para fazer um laudo sobre as condições estruturais do prédio, como requisitado pelo Iphan. “Todas as eventuais medidas de segurança e reparo que vierem a ser apontadas como necessárias serão imediatamente realizadas de forma a garantir as perfeitas condições de preservação do local”.

A empresa ressalta ainda que o calendário dos eventos nos vagões está mantido, pois o embarque será na área externa, sem que as pessoas precisem entrar dentro do galpão.

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