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Fechada refinaria de cocaína no Guabirotuba

Cinco suspeitos foram presos por tráfico de drogas e apresentadas ontem por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Eles teriam ligação com um laboratório de refino de cocaína, que funcionava num apartamento da Avenida Salgado Filho, Guabirotuba. O grupo, segundo a polícia, trazia a droga de Foz do Iguaçu, para ser refinada.

Foram apreendidos 6,6 quilos de pasta base de cocaína (suficiente para produzir 30 quilos da droga), 26,3 quilos do pó, 300 gramas de crack e 23 gramas de maconha.

De acordo com o delegado-chefe do Cope, Hamilton da Paz, a quantidade apreendida foi avaliada em R$ 500 mil e poderia chegar a R$ 4 milhões se vendida em buchas.

“Essa foi uma das maiores apreensões feitas na capital nos últimos anos”, avaliou Hamilton. Também foram apreendidos produtos químicos usados no processamento da pasta base e três veículos: um Gol, uma caminhonete Toyota Fielder e outra, Ford F250.

Transporte

As investigações começaram há dois meses e as primeiras prisões foram realizadas na madrugada de sexta-feira. Claudinei Antônio da Silva, 28 anos, Emerson Pereira de Souza, 25, e Eliane Aparecida da Silva, 32, todos moradores de Foz, foram pegos com 2,129 quilos de pasta base, no Rebouças.

“Eles embalavam a droga em balões de borracha para tentar dissimular o odor e transportar no tanque de combustível”, explicou o delegado. Após a prisão do trio, a polícia descobriu o laboratório, no apartamento alugado por José Meister, 52 anos, o químico da quadrilha.

Ele foi preso em flagrante no sábado, quando recebeu quatro quilos da droga. A companheira dele, Neiva Alves dos Santos, 38, também foi detida. Todos foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de quadrilha.

O único que tinha antecedentes criminais é Claudinei, que já foi preso por tráfico em Foz do Iguaçu. As investigações continuam para prender outros envolvidos na quadrilha.

Crack não!

Apesar de ter sido encontrado crack, José afirmou à polícia que só processava cocaína. “Ele alegou que considera o uso do crack pernicioso e que vendia a cocaína na modalidade “escama de peixe’, que tem maior pureza e aceita maior mistura”, explicou o delegado.

José também afirmou que só vendia no atacado. “Ele pagava  R$ 8 mil por quilo e processava obtendo quatro quilos de droga, vendendo cada um por R$ 8 mil”, contou o delegado.

Hamilton frisou que ao chegar nos pontos de venda – as chamadas “biqueiras” a droga era ainda misturada a outros produtos, dobrando de peso, e fracionadas em buchas. “A cápsula de um grama de cocaína pode ser vendida por R$ 100”.