Famílias em áreas de risco ganham casa nova

Nos últimos três anos, a vida da família de Daniel Batista dos Santos mudou radicalmente. Em outubro de 2010, ele, a mulher Angélica, e as filhas Ana Carolina e Gabrielle, moravam na beira do rio Belém, na Vila Parolin, e foram transferidos para um sobrado nas imediações, localizado na Rua Leônidas Ferreira e construído pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).

A mudança faz parte do projeto de urbanização que está sendo desenvolvido na área pela Prefeitura e, no caso da família Santos, trouxe não apenas os benefícios de uma moradia nova e segura. Com ela veio também o ânimo para melhorar a qualidade de vida da família. Daniel, que trabalha com compra e venda de material reciclável, passou a investir de forma gradativa no sobrado, até transformá-lo completamente.

Hoje, a casa da família Santos se destaca na rua e é vista como exemplo na Vila. Logo na entrada, Daniel instalou uma cobertura retrátil em vidro, que garante a luminosidade da casa, Na parte de cima, há uma sacada, também em vidro, que se abre no quarto do casal. Nos fundos, outra sacada no mesmo padrão, tem vistas para a churrasqueira e lavanderia construídas no térreo.

Economias

O piso, na parte interna, é porcelanato, e, na área exterior, cerâmica. O tampo das pias, na cozinha e na churrasqueira, é de granito. As paredes internas foram pintadas com grafiato. Todos os móveis da casa são novos. “Fui fazendo tudo aos poucos, usando economias que guardei e pechinchando sempre nas lojas de material de construção e de móveis”, conta ele.

O conforto e a segurança desfrutados atualmente compensam as dificuldades enfrentadas na beira do rio, onde a família morou por 12 anos até se mudar, em 2010. Lá, eles sofriam com enchentes que, em algumas ocasiões, a água chegava até a altura da cintura, conforme conta Daniel. “Não dava gosto de comprar nada novo para a casa, porque tudo poderia ser perdido quando chovia”, lembra Angélica.

Ela diz que agora está realizada. “Sempre quis morar em um sobrado e já havia até pensado em construir um na beira do rio, mas ainda bem que desistimos. Agora, tenho a casa que sempre sonhei”, conta.

Depois de assegurar as melhorias no imóvel e no mobiliário, a família Santos agora está investindo na aquisição de outros bens, como aparelhos de tevê de tela plana para a sala e para os dois quartos, computador. “Comprei tudo parcelado, com planejamento. Acho que o segredo para a gente progredir é aproveitar as oportunidades que a vida oferece, ter força de vontade e organização”, fala Daniel.

Ajuda

Dirceu Carneiro de Jesus, outro ex-morador da beira do rio na Vila Parolin, também segue este receituário. Ele foi reassentado, há pouco mais de três anos, em um conjunto de casas construídas na Rua Assis Figueiredo, próximo ao local onde morava. Aos poucos, ele mesmo foi ampliando a casa, que originariamente tinha 28 metros quadrados e só um quarto. Hoje, o imóvel triplicou de tamanho e tem lavanderia e churrasqueira no fundo.

Auxiliar de serviços gerais, Dirceu não tinha muita prática na construção civil, mas obrigou-se a aprender o ofício para economizar mão de obra. Aplicou-se tanto nesta tarefa que, agora, pode ajudar a reformar a casa do vizinho, José Bento da Silva, que está melhorando a fachada, com a colocação de pedra e textura grafiato. “Agora, temos confiança para investir num imóvel que é mesmo nosso e também temos prazer em ver nossas casas cada vez mais bonitas”, fala Dirceu.