A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13/11), uma operação que cumpre 35 mandados judiciais contra integrantes de um esquema de fraudes envolvendo contas de água da Sanepar. Segundo as investigações, o golpe era comandado por um ex-funcionário terceirizado da companhia e consistia em desvios de valores pagos em duplicidade por moradores. O prejuízo total identificado até o momento ultrapassa R$ 90 mil.
A fraude foi descoberta pela própria Sanepar, que comunicou o caso à Polícia Civil após identificar inconsistências nos repasses. A partir da denúncia, as equipes iniciaram uma investigação de três meses, que detalhou a estrutura e o funcionamento do grupo criminoso.
De acordo com o delegado Emmanoel David, o ex-funcionário era o responsável por processar os reembolsos de contas pagas duas vezes pelos clientes. No entanto, ele aproveitava a confiança depositada pela empresa para desviar os valores.
“Se aproveitando da confiança depositada nele pela empresa, ele realizava as transferências para contas bancárias de terceiros, entre os quais estão seus familiares e amigos, caracterizando a prática da lavagem de dinheiro”, explicou o delegado.
A apuração mostra que os valores desviados eram inicialmente transferidos para contas de pessoas próximas ao investigado e, em seguida, redirecionados às suas contas pessoais. O esquema funcionou durante cerca de cinco meses, período em que o suspeito arrecadou aproximadamente R$ 90 mil, lesando cerca de 40 clientes, além da própria Sanepar.
Segundo o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, como o investigado era funcionário de uma empresa terceirizada, o prejuízo foi integralmente absorvido pela contratada. “Nenhum cliente foi prejudicado e todo o valor desviado foi devolvido à Sanepar pela terceirizada, que também demitiu o funcionário envolvido na fraude”, afirmou.
Após o caso, a companhia revisou seus protocolos internos para evitar novos golpes. Desde outubro, entrou em vigor um novo sistema de checagem automática de CPF e CNPJ vinculados às matrículas dos clientes antes da devolução de valores pagos em duplicidade. O objetivo é reforçar o controle e impedir que reembolsos sejam feitos a contas não autorizadas.
A operação conta com o apoio de diversas unidades da PCPR e cumpre 13 mandados de busca e apreensão, 11 de prisão preventiva e 11 de bloqueio de contas bancárias. As ações ocorrem em Araucária, São José dos Pinhais e Curitiba, todas na Região Metropolitana. Os investigados podem responder pelos crimes de furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e associação criminosa.



