Atuba

Congestionamentos na Linha Verde Norte vão até o fim de 2021 se obras não atrasarem

Congestionamento no trecho em obras na Linha Verde na região do bairro Atuba. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Os motoristas que passam pela Linha Verde norte, entre o Conjunto Solar, no bairro Bacacheri, e o Atuba, em Curitiba, estão enfrentando congestionamentos diários por causa das obras. E terão de ter muita paciência: apesar de as obras estarem no prazo, elas vão até dezembro de 2021. Isso se não ocorrer atrasos, o que vem sendo uma constante desde que a Linha Verde começou a ser construída há 14 anos, ainda na gestão de Beto Richa (PSDB) como prefeito.

O atual prefeito Rafael Greca (DEM) chegou a postar em 2019 a hashtag #AgoraVai em suas mídias sociais prometendo a conclusão para 2020. Mas a prefeitura rompeu contrato com a empreiteira que conduzia a bora e o prazo acabou ficando para o fim de 2021.

Enquanto a Linha Verde não é concluída, os motoristas perdem tempo nos congestionamentos diários. Para o representante comercial Francisco Zanetti, 35 anos, ter de passar pelo Atuba para atender clientes em Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Colombo, tem sido o caos. Além da perda de tempo nos congestionamentos, há ainda prejuízo com danos no carro: R$ 210 de um pneu que rasgou justamente no trecho.

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“Já perdi cliente por ter que ficar 50 minutos parado no trânsito, esperando na fila de carros na Linha Verde. O desvio é em pista simples, sendo que passam motoristas de todos os lados da cidade. Parece que é um congestionamento rápido para quem olha, de uns 15 minutos, só que há dias em que atrasa bastante”, lamenta Francisco.

Já os comerciantes da região não gostaram nada de saber que a obra vai durar até o fim do ano que vem. A comerciante Adriana Panassolo, 36 anos, ficou surpresa ao saber que ainda terá que enfrentar um longo período até o movimento de veículos se normalizar na região. Ela é dona do Empório Santo Anjo, na Rua Júlio Bartolomeu Taborda Luiz. Essa rua é a do viaduto que passa por cima da Linha Verde, onde se faz o acesso para os bairros. Todos os dias é uma confusão por ali. “Não acredito que ainda vá demorar tanto. Não sabia”, surprendeu-se Adriana ao ser informada pela reportagem da Tribuna.

Adriana já chegou a contar por curiosidade o número de veículos que passam em frente ao seu comércio empório com os congestionamentos diários. “São de 75 a 100 carros a cada cinco minutos. Ou seja, são cerca de 1 mil carros por hora. É das 13h às 20h nesse ritmo nos dias de semana. Mas já vi domingo que estava igual”, relata.

Sinalização

Dona de uma da Pizzaria Barolla na mesma rua, Leriane Pelanda, 28 anos, também se surpreendeu ao saber que vai ter que enfrentar os engarrafamentos até o fim do ano que vem. Tanto Leriane quanto Adriana reclamam que a prefeitura não pintou faixas de estacionamento na rua, o que prejudica o comércio.

“Vieram e pintaram várias faixas na rua, menos a de estacionamento. Fica ruim porque aqui é o fim do viaduto e os carros fazem fila dupla onde é o lugar para estacionar”, reclama a Leriane. “Até semáforo vai começar a funcionar na Rua Hilário Moro e nada de marcarem os pontos de estacionamento”, reforça Adriana.

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O empório e a pizzaria ficam entre as ruas Abrão Calixto e Hilário Moro, logo na saída do viaduto, no sentido Santa Cândida/Bacacheri – lado esquerdo da Linha Verde para quem vai a Quatro Barras, região metropolitana. A área onde os comércios estão funciona para acesso aos bairros e também como retorno para a rodovia.

O semáforo novo fica no cruzamento da Júlio Bartolomeu com a Hilário Moro, bem perto dos comércios mencionados, e vai auxiliar os motoristas a fazerem a conversão de acesso a essas ruas. Também vi facilitar a travessia de pedestres. O equipamento ainda estava piscando no sinal amarelo até tarde de quarta-feira (16), por volta das 17h30, quando a reportagem esteve lá. Na mesma tarde, o alto fluxo de veículos foi constatado nessas ruas, incluindo caminhões. A pintura de faixas mencionada pelas empresárias também foi vista. 

Na Linha Verde, o fluxo de veículos também era intenso. O horário da visita da reportagem, após as 17h, costuma apresentar esse movimento, não exclusivamente por causa das obras, mas também pelo ir e vir de motoristas que circulam entre Curitiba e região metropolitana. Vale ressaltar que do lado direito da Linha Verde, ainda no sentido de quem vai a Quatro Barras, também foi percebido um fluxo intenso de veículos.

Obras

A prefeitura explica que a região de obra no Atuba é o lote 4.1 da Linha Verde. Além do novo pavimento para pistas e marginais nos dois sentidos e da canaleta exclusiva do transporte coletivo, na região está sendo construído um complexo viário composto por trincheira e viadutos, estruturas que darão maior fluidez ao trânsito.