Testados por onze meses, os ônibus superarticulados passarão a integrar oficialmente a frota de Curitiba. Em um primeiro momento, eles irão rodar na parte Sul da cidade, cumprindo itinerário dos expressos que circulam pela região. Mas a perspectiva é de que, aos poucos, eles assumam a demanda hoje comportada por biarticulados fora do horário de pico.

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O anúncio foi feito pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) no início da manhã desta sexta-feira (29), data em que a prefeitura entregou 45 novos coletivos à frota, sendo oito superarticulados, durante a festividade de 326 anos da cidade. Segundo a entidade, os biarticulados estão grandes para a demanda de passageiros, que vem caindo.

“Hoje, com o biarticulado, você tem um investimento alto e o número de passageiros está caindo. Se você rodar as canaletas, vai ver que os biarticulados estão vazios”, diz o presidente do Setransp, Mauricio Gulin. “Você tem um patrimônio investido de alto custo parado só para atender horário de pico”, reforça.

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Ainda não estão definidas as linhas pelas quais os oito superarticulados circularão. Mas já se sabe que a operação será na região Sul da cidade — onde, neste modelo proposto, rodam linhas como Circular Sul e Sítio Cercado. A previsão é de que a operação comece na primeira quinzena de abril.

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Os superarticulados são ônibus com apenas uma articulação, a “sanfona”, mas um pouco maiores que os articulados convencionais. Ao invés des 20 metros, eles têm 21 metros — e por isso, conseguem transportar mais passageiros. De acordo com a montadora Mercedes-Benz, o modelo tem capacidade para 165 passageiros. O veículo chegou a ser testado antes de entrar em circulação com um modelo de 23 metros, mas problemas de adaptação forçaram um encurtamento do chassi.

De acordo com Gulin, a solução encontrada pelas empresas que operam o transporte público curitibano foi a adoção desse chassi intermediário para conciliar a demanda com o valor do veículo em si. Assim, na prática, o que os passageiros vão encontrar é um ônibus cerca de sete metros menor do que o biarticulado, que tem 28 metros, sobretudo nos horários de menor movimento.

Para o diretor de Vendas e Marketing de Ônibus da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, mesmo com a mudança, o custo-benefício da mudança continua sendo vantajoso. “O superarticulado é um carro que transporta mais do que um carro de 18 ou 20 metros por um custo operacional muito parecido e também mais barato que um de 28 metros”, diz.

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Protagonismos dos biarticulados continua

Ogeny Maia, presidente da Urbs, negou, contudo, que a demanda em baixa vá causar uma substituição completa dos biarticulados, que continuarão a ser protagonistas do sistema de transporte curitibano. Nesta sexta, dos 45 novos ônibus entregues, 18 foram biarticulados, o que para Maia já é um sinal de vida longa para os “vermelhões”.

Apesar disso, o presidente da Urbs admitiu o uso de superarticulados ao invés dos biarticulados nos períodos de menor movimento – o que pode atingir, segundo ele como “reforço”, até mesmo linhas maiores, como o Santa Cândida-Capão Raso, por exemplo.

“A otimização da frota fora do horário de pico é necessária porque existe uma economia de combustível, de manutenção de pneu, visto que biarticulados fora do horário de pico andam praticamente vazios e são perfeitamente substituíveis pelos superarticulados que estão entrando agora”, afirmou Maia.

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Modelo curitibano

O superarticulado já havia sido testado em Curitiba em setembro, quando foi colocado em circulação na linha Interbairros 2. O modelo, porém, era um pouco diferente do que os usuários encontrarão pelas canaletas a partir do próximo mês de abril. Isso porque, em 2018, o chassi testado por aqui seguia o padrão usado em outras cidades brasileiras, como São Paulo, e tinha 23 metros de comprimento e capacidade para 210 passageiros. Agora, o ônibus diminuiu para 21 metros e leva somente 165 pessoas.

A mudança, de acordo com Barbosa, está nos padrões curitibanos. Ao longo dos testes que duraram cerca de 11 meses, foram constatados problemas no encaixe dos ônibus junto às estações-tubo. “Tecnicamente, não dá para alinhar as portas que já estão desenvolvidas na plataforma”, explica o executivo.

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