Após a repercussão do caso da criança de 5 anos com autismo que foi amarrada dentro de um banheiro na escola particular Shanduca, em Araucária, região metropolitana de Curitiba, outros relatos semelhantes começaram a ser divulgados nas redes sociais. Pais e mães passaram a compartilhar experiências e denúncias que aumentam suspeitas de maus-tratos dentro da instituição.
Nas redes sociais, o vereador de Araucária Olizandro Júnior (MDB) tornou público outro episódio envolvendo uma menina de três anos. Em vídeo, ele mostrou prints enviados por familiares da criança, que relataram que a filha foi agredida, amarrada e trancada na escola.
As mensagens também indicam que uma professora teria colocado álcool em gel na boca da criança como forma de punição. Veja a gravação do vereador abaixo:
Nos stories, ele compartilhou o relato de outra mãe que também passou por uma situação semelhante. Segundo ela, uma ex-professora do filho relatou que ele também sofreu maus-tratos no período de oito meses em que permaneceu na escola.
Entenda a repercussão
Nesta terça-feira (8), uma denúncia levou à prisão de uma professora da escola em Araucária. O caso que motivou a investigação começou na última sexta-feira (4), quando a mãe de uma criança com autismo encontrou o filho amarrado pelos pulsos com um pano de prato, dentro do banheiro da escola. A professora segue presa e deve passar por uma audiência de custódia.
A criança não é verbal e não conseguiu relatar o que havia acontecido. A situação gerou revolta nas redes sociais.
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga o caso como suspeita de tortura e maus-tratos. A família da criança registrou boletim de ocorrência e cobrou providências imediatas.
“Já realizamos diligências no sentido de localiza a proprietária da escola, como também a pedagoga, que serão inquiridas na data de amanha (10 de julho). Na sequência vamos ouvir outras funcionárias desse colégio que poderão ter envolvimento ou dar subsídio para que outras pessoas sejam indiciadas por omissão ou pela tortura”, disse o delegado Erineu Portes, responsável pelo caso.
E aí, Conselho Tutelar?
Em entrevista à Tribuna, o Conselho Tutelar de Araucária informou que realizou uma reunião colegiada na manhã desta quarta-feira (9) para discutir as denúncias apresentadas pelo vereador. O vereador será chamado ao Conselho para fornecer informações sobre os denunciantes para que medidas possam ser tomadas.
O Conselho Tutelar de Araucária informou ainda que está acompanhando o caso e que já aplicou medidas cautelares de proteção à criança, que agora foi transferida para uma escola da rede municipal. A denúncia também foi encaminhada ao Ministério Público do Paraná (MPPR). Segundo o Conselho, a escola foi fechada por decisão da própria direção.
O órgão reforça que é fundamental que as denúncias sejam formalizadas por meio dos canais oficiais, como o Disque 100, ou pessoalmente nas sedes do Conselho Tutelar. Pelo telefone, as denúncias podem ser feitas de forma anônima.
Em nota o Ministério Público do Paraná informou que já requereu prisão preventiva da professora presa em flagrante.
Além disso, o MP disse que ainda aguarda o regular desfecho da investigação policial envolvendo este caso específico e eventuais outros cuja comunicação já tenha sido realizada ou que tenham chegado ao conhecimento da autoridade policial responsável.
E aí, Shanduca?
Após o primeiro caso vir à tona a escola publicou um posicionamento. Pelas redes sociais, a diretora da escola Shanduca – Berçário e Pré Escola, Danieli Zimermann, afirma que abomina a atitude da professora e ressalta que o caso ocorreu durante o seu afastamento por causa de um atestado médico. Danieli ainda reforça que a denúncia é grave e séria e, por isso, a escola está tomando todas as providências cabíveis. “Para quem me conhece, sabe o quanto mantemos a integridade da escola, bem como o bem estar das crianças, inclusive promovendo o bem estar a todo momento de cada uma delas”, afirma a diretora no post.
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