Confusão

Exclusivo! Agente revela que presos de Piraquara também queriam fazer rebelião

Confusão na CCP não teria sido tão tranquila quanto o Depen fez parecer. Foto: Átila Alberti

Um agente penitenciário que trabalha na Casa de Custódia de Piraquara (CCP), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), revelou à Tribuna do Paraná que a confusão registrada na cadeia nesta quarta-feira (4) foi amenizada pelo Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR). Segundo o agente, os presos não queriam fugir e, sim, fazer seis agentes reféns para começar uma rebelião.

Em entrevista à Tribuna do Paraná, o homem, que pediu para não ser identificado, contou que, ao contrário do que foi informado pela Depen, não foram três presos que começaram o motim. “Foram uns 70 e mais da metade deles estava armada com estoques, machados e gritaram ‘é agora’ antes de tentarem render os agentes”, disse.

Segundo o agente, que trabalha na unidade da RMC, a rebelião só não deu certo porque dois dos agentes estavam armados do lado de fora. “Outra informação que foi noticiada com erro por causa do Depen, porque foram os próprios agentes que contiveram os presos e só depois a equipe do SOE (Seção de Operações Especiais) agiu. Se os nossos agentes não tivessem atirado logo, estaríamos rendidos igual na CCC”, se referindo a Casa de Custódia de Curitiba (CCC), onde a rebelião durou quase cinco dias.

O intuito dos presos, segundo o denunciante, não era de fugir. “Eles tinham o mesmo objetivo que os detentos da CCC, queriam pegar os agentes como reféns e começar a fazer reivindicações parecidas, também relacionadas a facções”.

O homem disse que as condições de trabalho na CCP são tensas, mas cada vez mais os agentes têm se preparado para saber lidar com esse tipo de situação. “O pessoal do SOE sempre nos ajuda muito, mas dessa vez, por exemplo, se não fossem os nossos próprios agentes de cadeia, seis trabalhadores seriam feitos reféns. Não adianta tentar amenizar algo”.

Por causa da atuação dos agentes, houve relatos de que muitos tiros (provavelmente não letais) foram ouvidos pelo lado de fora dos muros da CCP. Apesar disso, não houve informações de feridos e o agente que conversou com a reportagem confirmou que ninguém se machucou. O Depen, que informou que houve uma tentativa de fuga, não deu detalhes sobre a forma com que os presos tentaram fugir.

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