Cultivares para a agricultura familiar

A Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou durante o Show Rural Coopavel cultivares de algodão, mamona, gergelim e amendoim. Entre as de algodão destacam-se as cultivares BRS Araçá, BRS Jatobá e BRS Cedro.

A BRS Araçá foi avaliada no cerrado brasileiro por quatro safras obtendo-se produtividade média de algodão em caroço de 4.625 kg/ha e de 1.923 kg/ha de fibras. Essas produtividades foram, respectivamente, 8,8% e 10,4% superiores às cultivares padrão (CNPA ITA-90).

Em ensaios de avaliação no Piauí e no Maranhão, a cultivar BRS Jatobá apresentou uma produtividade média de 3.723 kg/ha de algodão em caroço. Na região Meio-Norte, possui ciclo de 160 a 170 dias. Possui hábito de crescimento indeterminado e resistência ao acamamento. É adaptada à colheita mecanizada, suscetível à seca e tem porcentagem de fibra de 39%. Sua resistência de fibra é de 30,8 gf/tex, o comprimento de fibra é de 29,0 mm e a finura de 4,6.

Em ensaios de avaliação no Piauí e no Maranhão, a cultivar BRS Cedro apresentou uma produtividade média de 3.610 kg/ha de algodão em caroço, o que corresponde a um acréscimo de rendimento da ordem de 11% em relação à cultivar padrão (CNPA ITA-90). Na região Meio-Norte do Brasil, possui ciclo de 160 a 170 dias e apresenta resistência ao acamamento, suscetibilidade à seca, percentagem de fibra de 42%, finura de 4,3 (índice micronaire), resistência de fibras de 28,3 gf/tex e comprimento de fibra de 30,4 mm.

Gergelim e amendoim

A CNPA G4r tem porte médio de 1,55m e ciclo de 90 dias. Possui teor de óleo entre 48 e 50%. É tolerante à murcha de macrophomina, mancha angular e cercosporiose. Seu cultivo é indicado para a região Nordeste e cerrado de Goiás.

A cultivar BR1 foi lançada pela Embrapa para atender a demanda dos agricultores nordestinos que não tinham uma cultivar adaptada à região. É precoce, produtiva e tolerante a mancha parda (Cercospora arachidicola), e recomendada para consumo in natura e para a indústria de produtos alimentícios por possuir baixo teor de óleo (45%) e 29% de proteína bruta.

A BRS Havana tem ciclo de 90 dias, é adaptada ao ambiente semi-árido e apresenta produtividade média de 1.800 kg/ha em vagens. Tolera bem as cercosporioses desde que a incidência da doença ocorra a partir dos 65 dias após o plantio. Nesta ocasião, não se tem percebido danos na produtividade que compense economicamente o controle químico.

Suas vagens contêm 4 sementes, de formato arredondado e coloração palha. Trata-se de uma cultivar com baixo teor de óleo (43%), indicada para atender o mercado de alimentos (doces, salgados, farinha, etc.)

Mamona

A BRS 149 Nordestina foi desenvolvida para plantio em região semi-árida e para uso na agricultura familiar, com plantio e colheita manual (parcelada), ciclo longo (até 250 dias se houver disponibilidade de água) e grande tolerância à seca. Em condições normais, com fertilidade do solo mediana, altitude superior a 300m, tratos culturais adequados e pelo menos 500mm de chuva, pode produzir 1.500 kg/ha de sementes a cada ano.

A BRS 188 Paraguaçu Sertaneja tem porte médio, com altura média de 1,60m, semente grande, pesando aproximadamente 0,71g e contendo 48% de óleo.

Essa cultivar foi desenvolvida para plantio em região semi-árida e para uso na agricultura familiar, com plantio e colheita manual (parcelada), ciclo longo (até 250 dias se houver disponibilidade de água) e grande tolerância à seca.

Algodão colorido

O algodão de fibra colorida participa de sistemas de produção (sequeiro e irrigado) no Nordeste, em pequenas e médias propriedades, que podem beneficiar o produto na própria fazenda ou em pequenas associações, usando a minidescaroçadora e prensa. A coloração natural valoriza os novos produtos, ecologicamente corretos, já que dispensam o tingimento artificial que polui o meio ambiente.

A BRS Safira diferencia-se das demais de fibra marrom existentes no Brasil por apresentar a fibra marrom-escura ou marrom-avermelhado. É bastante produtiva em condições de sequeiro na região Nordeste. Como a incidência de doenças foliares e de solo é baixa no Nordeste, esta cultivar destina-se preferencialmente a esta região.

O diferencial da BRS Verde é a sua fibra colorida. Tem rendimento médio de 2.146 kg/ha. Como a incidência de doenças foliares e de solo é baixa na região Nordeste, esta variedade se destina preferencialmente a esta região. Para que ela possa ser explorada em outras regiões, alguns cuidados devem ser tomados, no que se refere às doenças, devendo-se escolher áreas livres desses patógenos.

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