Correa defende união monetária na América Latina

O presidente do Equador, Rafael Correa, defendeu nesta terça-feira (10) a criação de um banco e de uma moeda comuns na América Latina como uma "necessidade de sobrevivência". Segundo ele, banco e moeda regionais são a melhor estratégia para enfrentar a globalização. Ele descartou o fim da dolarização da economia equatoriana, pelo menos a curto e médio prazos.

"As economias de países como o Equador são como barcos de papel em uma tempestade, que podem ser arrasados por essa mobilidade de capitais que existe no mundo globalizado atual. Como estratégia para enfrentar essa mobilidade de capitais, é preciso partir para uniões monetárias", disse o mandatário equatoriano em entrevista à rádio Sonorama e ao Canal Uno de televisão. Por isso, Correa mostrou-se partidário da idéia de que "em oito, dez doze anos" exista "uma moeda comum na América Latina e um banco central comum como a melhor estratégia para enfrentar esta globalização.

"Essa é uma necessidade de sobrevivência porque as moedas nacionais dos países pequenos. Como a maioria dos países latino-americanos não sobreviverá no mundo globalizado do século 21", explicou Correa, um economista de esquerda.

O governo de Correa, no poder desde 15 de janeiro, expressou seu apoio à proposta lançada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de criar o Banco do Sul, iniciativa à qual o Equador poderá aderir com um capital de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões.

O presidente equatoriano reiterou que "nos quatro anos do nosso governo, não sairemos da dolarização" que está vigente no Equador desde 2000, quando o país atravessou uma profunda crise financeira, que deixou a economia local à beira da hiperinflação e causou a quebra ou o fechamento da metade dos 42 bancos existentes.

Correa afirmou que o esquema da dolarização é "insustentável" a longo prazo, por isso defende a necessidade de criar e impulsionar uma moeda regional. Inclusive, disse que no Equador poderão "coexistir os dois sistemas: a dolarização e uma moeda comum regional.

Ele afirmou que o plebiscito do próximo domingo, no qual o povo votará pela conveniência de antecipar eleições para a formação de uma Assembléia Nacional com plenos poderes, não contempla o tema da dolarização. Segundo ele, a Assembléia Nacional proposta não é "para sair da dolarização.

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