Coritiba supera problemas e aplica goleada no Marília

Foi uma vitória expressiva. Após a semana mais triste da história recente do Coritiba, o time entrou em campo com muita vontade, suplantando os erros com força e gols.

A vitória de 6×2 sobre o Marília, ontem, no Couto Pereira, acabou com a série de maus resultados e também com a ?uruca? do ataque (Edu Sales e Ânderson Gomes marcaram dois gols cada, assim como o volante Rodrigo Mancha). O resultado colocou o Coxa na quinta colocação da Série B, a um ponto do Paulista.

O torcedor do Coritiba estava ressabiado – e irritado. As faixas estavam de cabeça para baixo. Bandeiras com detalhes em preto. Cantos tinham as frases ?vergonha na cara? e ?primeira divisão?. Em campo, um time que levou a bandeira do clube ao entrar no gramado, e que foi muito pouco saudado pela torcida. O Marília, com os ex-atleticanos Rogério Souza e David, estava preparado para explorar a crise alviverde.

O início do jogo foi corrido e desesperador para o Cori. Primeiro, o lance de Jéfferson reclamado pelos jogadores – pênalti que não foi marcado. Depois, a incrível falha de marcação da defesa que deixou Wellington Amorim livre para abrir o placar. Mas a sorte estava do lado alviverde. Em três minutos veio a virada, com um gol de primeira de Rodrigo Mancha e com a jogada de Ricardinho que teve a conclusão perfeita de Ânderson Gomes.

Não era o time do primeiro turno. Era uma equipe nervosa, que perdia facilmente o controle e sofria com isso. Tanto que Fabiano Gadelha, que flutuava entre a meia e a ponta-direita do ataque do Marília, teve chance de empatar e acertou a trave. Aos 40 minutos, Jéfferson, que pouco acrescentou, fez falta dura em João Marcos e foi expulso – em condições normais, seria o último ato dele com a camisa alviverde. Instantes depois, Henrique errou e Wellington Amorim fez outro gol, empatando o jogo. O primeiro tempo virou um suplício, mas Rodrigo Mancha se encarregou de aliviar a torcida, recolocando o Cori na frente. Para fechar o período, Dedimar foi expulso. Dez contra dez.

Na segunda etapa, o Marília veio com uma tática suicida – sem zagueiros no time, plantou três volantes na defesa. Abriu-se o meio campo para o Coritiba, mesmo que Paulo Miranda (e depois Márcio Egídio) estivesse muito mal.

Cristian e Jackson eram mais participativos e com isso o domínio territorial era alviverde. Mas a chance mais clara foi do MAC, com Gadelha de novo acertando a trave.

Para resolver o jogo, foi necessária nova intervenção da ?meninada? coxa. Ricardinho fez ótimo lance e deixou Ânderson Gomes livre para marcar o quarto gol. Aos 35?, Edu Sales entrou no lugar de Ânderson, passou pelo goleiro Bruno Prandi, que fez pênalti e acabou expulso. David foi para o gol, e Edu cobrou com raiva. Logo depois outro pênalti e o atacante converteu de novo, dando números finais à partida.

Torcida vive momentos de agonia e glória no Couto Pereira

Em 90 minutos de futebol, a torcida do Coritiba reviveu seus melhores e piores momentos na Série B. Se a goleada no final projetava o mesmo time que chegou a liderar a competição, as pixotadas de Jéfferson e Egídio deixaram a galera com os nervos à flor da pele. Menos mal que o resultado do confronto contra o Marília colocou o Alviverde novamente no páreo para voltar à Série A e evitou qualquer tipo de novo confronto ou revolta na Rua Mauá e redondezas.

E olha que parecia mais um daqueles dias ruins para os coxas. Atritados, o time entrou em campo com a bandeira do clube e evitou saudar a Império Alviverde. As organizadas, por sua vez, viraram as faixas em protesto contra a campanha da equipe na Série B. Quando a bola rolou, apoio irrestrito. Pênalti não marcado, gol tomado em bobeira da defesa e falta de disposição de alguns jogadores em campo quase colocaram tudo a perder. Tanto que o árbitro foi aplaudido quando expulsou o displicente Jéfferson.

Além de caminhar em campo, deu um carrinho no ataque e foi para o chuveiro unindo o coro em todo Alto da Glória. ?Jéfferson C****, fora do Verdão?. Sobrou também para o sempre contestado presidente Giovani Gionédis, quando a equipe não dava mostras que poderia superar os paulistas. A galera foi se concentrando próximo da entrada para os vestiários e a revolta parecia estabelecida. Mas, a sorte sorriu para o Coritiba, as bolas foram entrando, o Marília se perdeu e tomou a goleada.

Foi o suficiente para os problemas serem minimizados e a galera sonhar novamente com a Primeira Divisão. ?Se a turma jogar com raça como jogou hoje, volta. O time estava bem e não sei o que aconteceu, se foi problema da diretoria ou os jogadores querendo ir embora?, disse o torcedor Antônio César Cebolla. Para Alfredo Marques, é hora da recuperação. ?O time jogou bem, tem tudo para se recuperar e a data é propícia na semana do aniversário. Houve um tropeço por parte da diretoria e por parte dos jogadores e, agora, é hora da recuperação?, apontou.

Apesar de concordarem sobre a equipe, eles divergem sobre Giovani Gionédis. ?Em termos de administração, excelente. Como presidente, que quer mandar em tudo, tem algumas falhas, mas eu acredito nele?, diz Cebolla. Já Marques faz coro com Evangelino e pede a saída do cartola. ?Não deve ficar porque já mostrou que não tem competência para continuar administrando o Coritiba?, finaliza.

CAMPEONATO BRASILEIRO – SÉRIE B

CORITIBA 6×2 MARÍLIA

Coritiba

Artur; Luís Paulo (Andrezinho), Henrique, Índio e Ricardinho; Rodrigo Mancha, Paulo Miranda (Márcio Egídio), Jackson e Cristian; Anderson Gomes (Edu Sales) e Jefferson.

Técnico: Paulo Bonamigo

Marília

Bruno Prandi; Rafael Mineiro, Téio (Gian, depois João Marcos), Dedimar e Rogério Souza; Fernando, David, Fabiano Gadelha e Neto Potiguar (Bruno Ribeiro); Márcio Richards e Wellington Amorim.

Técnico: Artur Bernardes

Súmula

Local: Couto Pereira

Árbitro: Elmo Alves Rezende Cunha (GO)

Assistentes: Flávio Gilberto Kanitz (GO) e Patrício de Araújo (GO)

Gols: Wellington Amorim 6, Rodrigo Mancha 11, Anderson Gomes 14 e Wellington Amorim 31 e Rodrigo Mancha 44 do 1º; Anderson Gomes 19 e Edu Sales 37 e 39 do 2º

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