Confiança na carne

Depois de um período conturbado entre os exportadores de carne bovina brasileira e os responsáveis pelo comércio exterior e autoridades ligadas ao sistema de saúde pública da União Européia (UE), cujo resultado inicial foi o embargo temporário dos embarques destinados ao referido mercado, mais tarde agravado pela decisão de suspender em definitivo a aquisição do produto brasileiro, o problema começa a ser solucionado.

Nesse ínterim, o Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), principal interlocutor das autoridades da Comissão Européia, órgão governativo do bloco, realizou grande esforço no sentido da remoção dos entraves levantados pelos compradores em relação ao atual sistema de rastreamento de bovinos (Sisbov), pelo qual é responsável direto.

Não se pode negar ao ministro Reinhold Stephanes o reconhecimento de que tomou todas as providências de sua competência administrativa para transmitir aos países europeus a garantia das excelentes condições sanitárias do rebanho bovino nacional, fornecendo mais de uma relação de propriedades rurais e frigoríficos considerados plenamente aptos à exportação.

Sem abrir mão da pauta de exigências, algumas de extremo rigor, a UE devolveu todas as relações e determinou que a lista definitiva contivesse apenas 300 estabelecimentos, com o que o governo brasileiro concordou, mesmo arcando com as severas críticas desfechadas pelo setor de exportação de carne.

O desdobramento mais recente do contencioso, anunciado pelo bloco é a retomada parcial da compra de carne bovina produzida no Brasil, mediante o credenciamento de 106 fazendas da última relação encaminhada a Bruxelas. No final de janeiro, o Mapa havia apresentado uma lista de 2.681 propriedades, das quais a UE selecionou 87 em Minas Gerais, 11 no Rio Grande do Sul, quatro em Mato Grosso, duas em Goiás e duas no Espírito Santo.

Os exportadores voltaram a reclamar, afirmando que nenhuma carne brasileira deveria ser embarcada para o mercado europeu enquanto não houver a revisão total dos critérios impostos pela União Européia, que alguns consideram uma ingerência em assuntos internos do País.

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