Com mais álcool na gasolina, preço pode cair quatro centavos

O aumento de 20% para 23% na mistura do álcool anidro à gasolina a partir de hoje, pode reduzir entre dois e quatro centavos o preço do litro da gasolina, de acordo com cálculos do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). "O custo para cada distribuidora reduz mas o preço é uma política cada empresa; é provável que algumas baixem o valor da gasolina, mas é impossível saber quais", disse Alísio Vaz, vice-presidente executivo do Sindicom.

A velocidade de redução nos preços pode variar ainda de acordo com a fórmula de cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina entre os Estados. Em algumas unidades da federação, a cobrança é feita por meio de pesquisas de preços e, em outras, por um valor fixo sobre o cobrado pelas distribuidoras. Essa diferença no mecanismo de cobrança, aliada à transição entre compras e estoques do combustível, pode atrasar a possível redução nos preços da gasolina.

O vice-presidente do Sindicom evitou comentar sobre um possível impacto de aumento para 25% na mistura do anidro à gasolina após a revisão na política de mistura, por parte do governo, prevista para janeiro. "Uma coisa de cada vez", resumiu o executivo. Já pelos cálculos do governo, o aumento de três pontos percentuais na mistura deveria reduzir em até 1,5% o preço da gasolina.

Se não houver um novo aumento na mistura em janeiro, o porcentual de 23% vai gerar uma demanda de 306 milhões de litros de álcool e, conseqüentemente, economizar esse mesmo volume de gasolina até 1º de maio, quando começa oficialmente a safra 2007/2008 de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol. O país consome entre 24 e 25 bilhões de litros de gasolina por ano, ou cerca de 2 bilhões de litros por mês.

Já os estoques de álcool, atualmente em torno de 5 bilhões de litros, devem ser de, no mínimo, 500 milhões de litros no início da próxima safra. Estima-se ainda que esse volume, chamado de estoque de passagem, possa crescer para 900 milhões de litros, pois há uma produção prevista de 400 milhões de litros de álcool em abril, quando várias unidades produtoras de álcool já começarão a processar a próxima safra.

Nas usinas paulistas, maior centro produtor do País, o preço médio do litro álcool anidro recuou 1,31% na semana passada, de R$ 0,86342 para R$ 0,85209, de acordo com o indicador de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP). Essa redução, apesar de pequena, também pode contribuir para uma nova baixa no preço da gasolina.

Já o preço médio do litro do álcool hidratado caiu 1,25% na semana passada ante a semana anterior de acordo com Cepea/USP. Os preços do combustível, utilizado pelos veículos a álcool ou flex fuel, baixaram de R$ 0,75851 para R$ 0,74903.

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