Cenário para preços em 2007 é favorável, dizem analistas

A meta de inflação de 4,5% também deverá ser cumprida sem dificuldade em 2007. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, ?haverá neste ano uma continuidade do que vem ocorrendo nos anos passados, com tendência de convergência para números cada vez menores?.

Para ela, mesmo que a inflação neste ano tenha características diferentes de 2006, com menor favorecimento do câmbio, continuará respondendo à ?essência da meta de inflação?, que é manter os reajustes de preços em níveis mais baixos.

A perspectiva positiva coincide com as projeções do mercado financeiro para 2007. O último relatório Focus, no qual o Banco Central informa as estimativas dos analistas econômicos, foi divulgado na última segunda-feira e prevê IPCA em torno de 4,03% neste ano, ou seja, abaixo da meta de 4,5%.

Para economistas, a perspectiva de novo ano com inflação abaixo da meta não revela erro de dosagem do BC na política monetária para conter a inflação, segundo alguns representantes do setor empresarial. Para Rodrigo Eboli, economista da Mellon Global Investment, ?o Banco Central foi surpreendido, assim como o mercado, pelo choque positivo dos alimentos, que é um fator exógeno?.

Para a economista-chefe do Espírito Santo Investment, Sandra Utsumi, foi a forte desaceleração de preços dos alimentos que levou a inflação para baixo do centro da meta em 2006 e este é um fator difícil de prever. Ela destacou que os preços dos produtos alimentícios caíram todos os meses, entre maio e setembro.

Pressões

Apesar do otimismo em relação a 2007, Eulina admite que a inflação iniciará o ano pressionada pelos reajustes nos preços do álcool, dos transportes e dos alimentos in natura. Outros impactos de alta para a taxa de janeiro serão, segundo Eulina, dados pelos alimentos in natura, que vêm sendo prejudicados pelas fortes chuvas e pelas commodities agrícolas, cujos preços estão em elevação. Haverá pressões ainda do reajuste de ônibus urbanos em Belo Horizonte e dos resíduos das altas do grupo de transportes no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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