Vítimas brasileiras do tsunami são enterradas no Rio

Rio – Os corpos da diplomata brasileira Lys Amayo Benedeck D’Avola e de seu filho Gianluca, de 10 anos, mortos no maremoto que atingiu a Tailândia no dia 26 de dezembro passado, chegaram ontem ao Rio de Janeiro. Família e amigos velaram os corpos na capela B do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona portuária da cidade. O enterro ocorreu às 16h.

Os corpos foram transportados no vôo 8745 da Varig, que chegou ao Rio às 5h10m de ontem procedente de Bangcoc, na Tailândia, após uma escala na cidade alemã de Frankfurt. A atriz Teresa Amayo, mãe de Lys, acompanhou os corpos da filha e do neto, e, ao desembarcar, agradeceu a solidariedade dos brasileiros e o apoio que recebeu da embaixada do Brasil na Tailândia.

A mãe da diplomata recebeu duas cartas de condolências, uma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A atriz acrescentou que deixou a capital tailandesa ainda sem informações sobre a localização do genro, o empresário italiano Antonio D’Avola.

A atriz disse que o que ocorreu na Ásia "foi um genocídio, o governo americano deveria ter alertado a população local do que estava para ocorrer".

A filha de Lys, Taís, de 20 anos, que decidira ficar no hotel no dia 26, quando aconteceu o maremoto, também estava no vôo, mas não falou com a imprensa. "Ela está muito forte, é um presente que Deus deixou para mim", afirmou Tereza. Os caixões não foram abertos durante o velório e, sobre eles, havia fotos de Lys e do filho. A diplomata brasileira aparece na foto com o marido, Antonio D’Avola, que continua desaparecido.

Ajuda brasileira

O Boeing 707 KC 137, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou às 21h25 de sexta-feira do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, levando 16 toneladas de doações para as vítimas do maremoto na Ásia. O avião veio de São Paulo e no Rio embarcaram 20 técnicos das Forças Armadas e dos ministérios da Saúde, da Agricultura e das Relações Exteriores.

O objetivo é fazer uma avaliação das necessidades mais urgentes da população atingida e orientar as ações do governo brasileiro na região. A primeira escala prevista será na Namíbia e em seguida, Indonésia e Sri Lanka.

No total, 12 países dos continentes asiático e africano sofreram os efeitos do fenômeno. Das 16 toneladas de carga enviadas, nove são de água mineral e sete, de medicamentos. Esse é o terceiro carregamento de doações, que já somam 92 toneladas. No primeiro carregamento, que saiu do Brasil três dias após a tragédia, foram enviadas à Tailândia 16 toneladas de donativos.

Na última segunda-feira, foram 60 toneladas com destino ao Sri Lanka. Na próxima terça-feira, o ministro-chefe da Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, participará de reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), na Suíça. No encontro será discutida a criação de uma estratégia internacional de assistência humanitária aos países atingidos pelo maremoto.

A Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) doou 414 hectolitros de água mineral, o que equivale a 40 toneladas, para os países atingidos pelo maremoto. O material foi transportado em duas carretas que saíram de Jaguariúna, no interior paulista, cada uma com metade da carga.

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