Tarso diz que não está na disputa por cargos federais

O ex-prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, candidato derrotado na disputa eleitoral ao governo do Rio Grande do Sul, disse nesta terça-feira que não está nem propondo e nem autorizando que seu nome seja exposto como possível integrante do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Não é correto qualquer tipo de pressão por qualquer espaço neste momento”, comentou, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Porto Alegre. “A prioridade é construir a estabilidade do novo governo, o que requer um ministério com muito amplitude e muita capacidade de articulação política”, sugeriu.

Tarso adiantou, no entanto, que no momento oportuno vai falar com Lula para saber qual é a visão que o presidente tem das tarefas que os petistas gaúchos devem desempenhar para dar sustentação ao novo governo federal. E afirmou que sua primeira missão é participar de uma avaliação da campanha política e dos próximos passos do partido no Estado.

As chances dos petistas gaúchos participaram do governo federal foram reduzidas pela derrota local. E os movimentos políticos que Tarso fez neste ano podem acabar sendo usados como argumento para deixá-lo de fora do governo Lula. Tarso renunciou à prefeitura de Porto Alegre para disputar a indicação do partido à candidatura com o governador Olívio Dutra, que buscava a reeleição. Venceu a parada interna, mas submeteu-se às críticas por ter abandonado o cargo conquistado havia pouco mais de um ano e municiou os adversários, que passaram a dizer que o próprio PT reprovou seu governador.

A vitória na eleição teria sido consagradora. Mas a derrota colocou um ponto de interrogação no futuro político de Tarso. Nome certo para o primeiro escalão de um governo petista em qualquer outra circunstância, o ex-prefeito corre o risco de ser alijado como um perdedor.

Tarso não assume essa condição. “Não me considero um perdedor. Cumpri fielmente a delegação que o partido me deu, enfrentei a mais ampla coalizão que já houve neste Estado e fiquei com 47% dos votos”, justificou. Sobre seu futuro político, adiantou apenas que seguirá militando, como faz desde os 14 anos de idade.

Avaliação

Ao avaliar as razões que levaram o PT a perder o governo gaúcho, Tarso acusou “uma pequena parcela da sociedade” de difundir um sentimento antipetista raivoso, que qualificou de substituto de posturas irracionais como o anti-semitismo, o anticomunismo e até a antidemocracia à época dos militares. Isso teria prejudicado o partido nesta eleição. “Vamos elaborar uma estratégia para dissolver esse núcleo irracional da política”, prometeu Tarso.

O ex-prefeito não considerou sua campanha prejudicada pelo desempenho do governo Olívio Dutra. Também entende que a militância esteve mais unida e combativa do que nas eleições anteriores, quando, admitiu, sua corrente, não participou tão intensamente do início da campanha que levou Olívio Dutra à vitória em 1998.

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