Sindicatos na ofensiva; CUT e Fiesp pedem pacto

São Paulo – Importantes sindicatos de trabalhadores do País estão partindo para a ofensiva em torno de suas reinvindicações no exato momento em que integrantes do alto escalão do governo, o novo presidente da Fiesp e o comando nacional da CUT pregam um pacto entre empregados e patrões para garantir o crescimento da economia.

Os bancários já pararam em oito capitais, os metalúrgicos do ABC e do Rio estão fazendo ameaças de uma greve geral e os petroleiros estão pressionando a Petrobras. A greve dos bancários é a que mais evidencia um racha em torno da idéia de pacto. A despeito da posição da Executiva da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), que tem em sua maioria pessoas ligadas a CUT e ao PT, os bancários cruzaram os braços para reivindicar um aumento maior dos bancos.

A oferta dos banqueiros tinha a aprovação da CNB, mas a ala mais radical, boa parte vinculada ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) conseguiu barrá-la. A paralisação dos bancários atinge bancos de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, e o movimento pode crescer. Em Cuiabá e Rondônia os sindicatos declararam paralisação de 24 horas e avaliarão hoje se aderem ou não à greve.

Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, pelo menos 100 agências pararam na quarta-feira, sendo 31 na região central da cidade. A maior parte das agências bancárias do centro velho de São Paulo parou. Os bancários de São Paulo, Osasco e região ampliaram ontem o movimento grevista em direção aos bairros. Além disso, cresceu o número de bancos privados parados. Ontem já estavam parados 183 locais de trabalho.

“Somos minoria, mas a CUT, com essas propostas que apresenta, acaba perdendo representatividade. Ficou provado que a Executiva vai em uma direção e os trabalhadores em outra. Os bancários perderam mais de 80% de seu salários nos últimos 10 anos e não aceitam mais aumentos irrisórios”, afirmou Dirceu Travesso, membro da diretoria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, filiado ao PSTU.

A greve foi uma surpresa para os bancos e para os trabalhadores que não participaram das assembléias de terça-feira à noite. Eles não contavam com uma mudança no quadro. Vagner Freitas, presidente da Confederação dos Bancários, contemporizou e descartou qualquer racha na CUT e disse que em um processo democrático é natural a rejeição da proposta do comando.

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