O secretário da Segurança Pública do Estado, Alexandre de Moraes, não vê nem um contrassenso no fato de ter sido nomeado titular da pasta estadual e aparecer como advogado em 123 processos na área civil da Transcooper, cooperativa de vans, que é uma das cinco associações e empresas citadas em investigação que apura suposta formação de quadrilha e lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). “O escritório em que sou sócio-administrador e sócio-coordenador tem mais de 300 causas ligadas a acidentes de trânsito, mas não tem nenhuma causa com as 20 ou 40 pessoas que foram indicadas com ilícitos, portanto, não vejo nenhum contrassenso”, afirmou.
O novo titular da Segurança Pública do Estado disse que já foi promotor de Justiça, secretário da Justiça, membro do Conselho Nacional de Justiça e é advogado licenciado temporariamente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), desde o último dia 01 de janeiro, por impedimento legal, para que pudesse exercer o cargo de secretário. Alexandre de Moraes reiterou que seu nome aparece no Tribunal de Justiça de São Paulo como advogado em pelo menos 123 processos da Transcooper, pelo fato de o Judiciário paulista encontrar-se em recesso até o próximo dia 19.
Prioridade
O secretário esteve reunido, a portas fechadas, na manhã desta sexta-feira, 9, com a cúpula das policias civil e militar da região, no Batalhão de Policiamento do Interior, a fim de discutir uma estratégia para frear o avanço da violência no litoral, com a presença de milhares de turistas, que desde a virada do ano lotam as praias da Baixada Santista. Ele informou que desde a última terça-feira, 5, a “Operação Verão”, que já vinha contando com cerca de 1.900 policiais nas 11 cidades abrangidas, incluindo o Vale do Ribeira, foi contemplada com um reforço de mais 185 agentes, em razão dos flagrantes de violência registrados no fim de semana, quando turistas foram assaltados no momento em que faziam a viagem de retorno à capital. A TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada, chegou a mostrar imagens de dois assaltantes que tentavam roubar, com extrema violência, um casal de Rio Claro, que aguardavam a abertura do sinal verde nos semáforos da Rodovia dos Imigrantes, nas proximidades da Ponte do Mar Pequeno, em São Vicente.
“A Baixada Santista é prioridade total na área de Segurança Pública para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), de modo que tínhamos que tomar alguma providência, no sentido de dar maior mobilidade ao policiamento, que deve atuar de maneira preventiva, para garantir a segurança da população em seus deslocamentos”, disse, lembrando que esta é a maior Operação Verão de todos os tempos, com mais de 2 mil policiais atuando até o final do Carnaval.
O comandante-geral da Polícia Militar, Ricardo Gambaroni, também participou da reunião. Ele disse que a Operação Verão, que se estende por 55 dias, teve um planejamento exaustivo, a fim de garantir a segurança dos turistas. “Só a cidade de Santos recebeu mais de 5 milhões de visitantes para a virada do ano, que é a fase mais crítica de toda a temporada”, informou. Gambaroni disse que em razão dos arrastões observados nas cidades de Guarujá e Praia Grande, durante o Réveillon, foram feitos alguns ajustes na distribuição dos policiais. Ele anunciou que já neste fim de semana novos reforços serão executados, quando a Polícia Rodoviária vai disponibilizar 30 motocicletas para acompanhar de perto o deslocamento dos turistas e cinco helicópteros também vão intensificar o patrulhamento da região, a fim de impedir a presença de eventuais infratores que atuam nas estradas.