Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro não vai antecipar vacinação contra o vírus H1N1

Uma pessoa já morreu no Rio vítima do vírus H1N1. A morte, ocorrida este mês, foi confirmada nesse terça, 29, à noite pela Secretaria de Estado de Saúde. A vítima não foi identificada. A secretaria não divulgou se ela morreu em casa ou em alguma unidade de saúde.

Apesar da morte, o Rio não antecipará a vacinação contra o vírus H1N1, diferentemente do que acontecerá em São Paulo, que enfrenta um surto da doença antes do período previsto. Foram confirmados no Estado até agora três casos da gripe e uma morte. No ano passado, o Rio não teve nenhum caso de H1N1 confirmado.

“Tem havido mais casos quando comparado a 2015, mas em patamares ainda baixos. A gente não vê necessidade de antecipar a vacinação porque nenhum município apresenta aumento significativo que justifique isso”, afirmou o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Alexandre Chieppe.

O subsecretário explica que a vacina disponível ainda é a de 2015. “Pode ser que outras cepas estejam circulando que não estejam contempladas na vacina. É preciso esperar a atualização da vacina. Isso só se justificaria em cenários de transmissão mais acentuada, como em São Paulo”, afirmou Chieppe.

Ainda que a secretaria só confirme três casos, há relatos de surto de H1N1 nos consultórios públicos e particulares. Os dois filhos da advogada Eliane Nery, de 37 anos, Gael, de 3 anos, e Caíque, de 1, tiveram a gripe. Gael adoeceu primeiro.

“Ele começou com uma gripe muito forte, com febre de 39 graus, muita coriza e tosse”, contou a mãe.

Foram quatro dias de febre. No quinto dia, o menino ficou prostrado. “Esse estado dele causou muito preocupação. Nunca o vi assim. Era como se ele estivesse dormindo em pé. Passava quase o tempo todo dormindo.”

Na emergência particular, o hemograma apontou para infecção viral. O médico pediu o exame para H1N1. “Depois de sete horas no hospital, foi pedido um exame que não era possível fazer ali. É um absurdo que, em meio a um surto como esse, os hospitais não tenham o exame. Tivemos de procurar um laboratório particular no dia seguinte. Fiz o teste mais para confirmar o diagnóstico. Porque o médico explicou que o Tamiflu (medicamento antiviral) tem o efeito de reduzir o tempo da virose. Não adianta tomar no fim da infecção”, disse Eliane.

O resultado, positivo para H1N1, ficou pronto na segunda. No fim do dia, o caçula Caíque começou a apresentar os mesmos sintomas do irmão: coriza, tosse e febre.

“Comecei a dar o Tamiflu hoje (ontem) e ele já não foi à aula”, afirmou ela.

A família esteve em São Paulo, de férias, mas voltou ao Rio em 7 de março. O período de encubação do vírus é de 3 a 5 dias. “Acredito que eles tenham pego na escola, mesmo.”

A recomendação para reduzir o risco de transmissão da H1N1 é lavar as mãos com frequência, evitar locais com grande aglomeração de pessoas e pouca circulação de ar. Chieppe ressalta que é importante procurar os serviços de saúde assim que aparecerem os primeiros sintomas, principalmente pessoas que têm outras enfermidades, como diabetes, hipertensão, doenças pulmonares crônicas e obesidade. Nesses casos, os efeitos da gripe podem ser agravados.

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