Sarney e Ideli podem decidir futuro de presidente do Senado

O futuro político de Renan Calheiros (PMDB-AL) está nas mãos do senador José Sarney (PMDB-AP) e da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), ambos com poder de manobrar suas bancadas a favor ou contra o presidente do Senado. Aos dois partidos deverá ser atribuído o resultado da sessão de julgamento do mandato de Renan, marcada para quarta-feira, às 11 horas. Sarney, além do PMDB, tem influência sobre senadores do DEM, PP e PTB. Ideli é o eco do Planalto na Casa. Os dois são chamados nos bastidores de ?os donos de Renan?, numa alusão ao livro O Dono do Mar, de autoria do ex-presidente da República.

Sarney foge dos jornalistas e silencia no plenário desde o início da crise envolvendo seu aliado. Em contrapartida, é o rei do bastidor. Partem dele todas as operações em torno de Renan. Se Renan perder o mandato, Sarney é o homem que o Planalto deseja ter no comando do Congresso. A amigos, ele nega qualquer pretensão de assumir a presidência do Senado. Tem dito que confia ainda ?na sobrevida? de Renan, apesar de avaliar que o companheiro de partido está sendo ?massacrado? dia após dia.

Na outra ponta do cenário político, a líder petista Ideli Salvatti tem sido, desde a primeira hora, uma obstinada defensora de Renan. Ela nega ser dona do mandato dele e de, ao contrário do que ocorre na votação de matérias estratégicas, ter influência sobre a decisão da bancada.

Para o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), a dívida do PT com Renan não dá ao partido outra alternativa, senão o de socorrê-lo. ?Acho que há da parte do PT a dívida de gratidão para com o PMDB porque em outras crises (como a do mensalão) o PMDB sempre esteve à frente e se expôs, assumindo uma posição em defesa do PT?, justifica. ?Agora é o PT quem deve vir em socorro do PMDB.

Apesar da força de Ideli e Sarney, petistas e outros aliados tentam jogar para DEM e PSDB os votos de uma eventual absolvição de Renan. Chegam até mesmo a apostar que o presidente do Senado terá o apoio de 10 senadores do DEM – em uma bancada de 17 nomes – e de 6 tucanos – em uma bancada de 13 senadores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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