Ryan Gracie teve surto uma semana antes da morte, diz pai

O lutador Ryan Gracie teve um surto semelhante ao que culminou com sua morte uma semana antes, contou nesta segunda-feira (17) o pai dele, Robson Gracie. "Ele estava aqui no Rio e começou a dizer que estava sendo perseguido. `Ele vem me pegar. Cuida do meu filho’, ele dizia. Conseguimos acalmá-lo. Meu filho estava doente. Não era um criminoso", afirmou Gracie, que se mantém firme na decisão de processar o Estado e o médico Sabino Farias Neto.

Gracie contou que as alucinações surgiram havia um ano. Segundo a família, ele sofria de síndrome do pânico. Se no dia do enterro do filho Gracie reconheceu que o lutador era usuário de drogas, hoje desconversou. "Pode ser que sim. Eu não sei". De acordo com a irmã Hannah, Ryan tentava se livrar do alcoolismo. "Ele estava no início do tratamento, indo a um psicólogo. Conversamos por telefone e ele disse que estava super calmo, sem sair à noite. Mas teve essa recaída", contou Hannah.

De acordo com ela, a família não se conforma com o fato de Ryan ter recebido uma dose extra de medicamentos por ser lutador. "Ele era forte, mas o organismo dele é como o de qualquer outra pessoa. Os policiais disseram que meu irmão não pediu ajuda, mas como poderia se foi dopado por aquele médico?", indagou Hannah. "Qualquer traficante de favela ferido vai para um hospital público antes de ser levado para a delegacia. O Ryan estava em surto, apanhou muito, inclusive levou capacetada de um motoqueiro, e não recebeu o atendimento adequado. O que a polícia de São Paulo queria? Fazer do meu irmão um exemplo?", quis saber.

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