Um dia depois que o PMDB marcou a prévia que deve escolher o candidato a presidente para o dia 19 de março, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), pré-candidato, fez ontem duras críticas à política econômica e citou uma vantagem que considera ter: o próprio nome facilitaria alianças.
Demonstrando otimismo com a chance de formação de uma coligação de centro-esquerda, Rigotto disse que líderes do PDT, PTB e PPS manifestaram simpatia ao nome dele. "As próprias lideranças destes partidos dizem que, se eu conseguir vencer a prévia, eles terão muita facilidade de conversar com o PMDB e construir essa coligação", declarou.
Ele ressaltou que, atualmente, estas legendas têm pré-candidatos a presidente, "mas não estão fechando a porta" para um possível entendimento. Para compensar o fato de entrar na disputa interna depois do pré-candidato Anthony Garotinho (PMDB), Rigotto reiterou que se licenciará do governo do Rio Grande do Sul cerca de 20 dias antes da votação e se dedicará à campanha.
Na prática, o governador do Rio Grande do Sul começou o trabalho de busca aos votos de quase 21 mil peemedebistas que decidirão a prévia. Rigotto elaborou uma carta que será enviada a todos os convencionais. No sábado (28), participará de um ato partidário em Tramandaí, litoral do estado, que servirá como lançamento da pré-candidatura. No dia 3, irá a um evento organizado pelo pré-candidato a governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), na capital paulista.
Ao mesmo tempo em que identificou uma primazia em buscar aliados, criticou a política econômica do governo federal. "Hoje temos uma política econômica totalmente conservadora", avaliou. Isso é demonstrado, segundo Rigotto, pelo menor ritmo de crescimento econômico, limitado por juros "estratosféricos", que poderiam ter caído com maior rapidez. O governador ressaltou, no entanto, que a queda não pode ser feita "com uma varinha de condão, de um dia para o outro", mas com um conjunto de medidas que permitiriam este movimento.
O superávit comercial, analisou, é obtido com importações freadas pelo desempenho econômico e exportações baseadas em produtos primários.