10,38% em 12 meses

Puxada pelos preços dos alimentos, inflação é a maior para janeiro desde 2016

Foto: Dionatan Dion Cerqueira / Pixabay.

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), começou 2022 com alta de 0,54% em janeiro, informou nesta quarta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi o maior resultado para o mês desde 2016 (1,27%), quando a economia do país atravessava período de recessão.

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A variação veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 0,55%.

O resultado até sinaliza uma desaceleração frente a dezembro de 2021, quando o avanço havia sido de 0,73%, mas o IPCA segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses.

A alta acumulada até janeiro chegou a 10,38%. É a maior taxa desde novembro de 2021 (10,74%).

O acumulado até dezembro de 2021 era de 10,06%. No recorte de 12 meses até janeiro, trata-se da maior taxa desde 2016 (10,71%)

Isso significa que o índice está distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) em 2022. O centro da medida de referência neste ano é de 3,50%. O teto é de 5%.

De acordo com analistas, o IPCA deve voltar a estourar a meta em 2022. Se a estimativa for confirmada, será o segundo ano consecutivo de descumprimento.

Para tentar conter a inflação, o BC vem subindo a taxa básica de juros, que alcançou 10,75% na semana passada. O efeito colateral da Selic mais alta é inibir investimentos produtivos na economia, já que as linhas de crédito ficam mais caras no país. A redução de investimentos ameaça a geração de empregos e a retomada econômica.

Alimentação puxa alta em janeiro

Conforme o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em janeiro. O avanço mensal foi influenciado, principalmente, pelo segmento de alimentação e bebidas (1,11%). O grupo teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta, mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo”, disse André Filipe Almeida, analista da pesquisa do IBGE.

Além disso, o instituto aponta que os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). Já os principais recuos foram registrados nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).

Combinação de fatores

Segundo analistas, a inflação de dois dígitos no acumulado de 12 meses reflete uma combinação de fatores vistos na pandemia.

Ao longo da crise, houve aumento dos preços administrados, como combustíveis e energia elétrica, carestia de alimentos e persistente ruptura da cadeia global de insumos industriais.

No Brasil, o dólar mais alto foi um componente adicional, já que intensificou a pressão inflacionária. O câmbio, que impacta itens como combustíveis, subiu em meio à turbulência política protagonizada pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

O avanço generalizado dos preços castiga sobretudo os mais pobres, que têm menos condições financeiras para enfrentar a carestia. Em meio a esse contexto, o Brasil passou a registrar uma sucessão de cenas de grupos em busca de doações e até de restos de comida para alimentação.

O mercado financeiro projeta inflação de 5,44% no acumulado até dezembro de 2022, aponta a edição mais recente do boletim Focus, do BC. Essa estimativa vem sendo revisada para cima nas últimas semanas diante dos riscos que permanecem no cenário.

Entre as ameaças ao controle inflacionário estão as incertezas da corrida eleitoral, que costumam impactar a taxa de câmbio, e a pressão do petróleo, que gera efeitos sobre os combustíveis no país.

Há, ainda, o temor com os eventuais reflexos do clima adverso. A seca na região Sul, por exemplo, pode gerar novos avanços nos preços dos alimentos.

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