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Quanto rende R$ 1.000 na poupança, CDB e Tesouro Direto com Selic a 10,75%? Confira

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Investimentos em renda fixa ampliaram o retorno após o Banco Central ter elevado a taxa básica de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual na última quarta-feira (2), para 10,75% ao ano.

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Para demonstrar de forma simplificada como isso mexe nas aplicações financeiras, Andrew Storfer, diretor de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), simulou o rendimento de R$ 1.000 nos mais conhecidos investimentos conservadores por períodos que variam de seis meses a três anos.

CDB

Nos cálculos realizados por Storfer, os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) oferecidos por bancos de médio porte representam as opções mais vantajosas para todas as aplicações com resgate a partir de um ano e um dia.

É depois desse prazo que o desconto do IR (Imposto de Renda) sobre o rendimento cai de 20% para 17,5%. A alíquota ainda recua para 15% para aplicação com mais de dois anos.

Em tempos de taxas de juros nas alturas, os CDBs permitem rentabilidades mais elevadas devido à taxa de rendimento a partir de 110% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Esse foi o índice considerado na simulação. Esse produto pode pagar taxas de 140% do CDI para investimentos de valores mais elevados.

CDI ou taxa DI é o índice médio dos contratos de empréstimos de curto prazo negociados exclusivamente entre instituições bancárias. Os juros DI considerados na simulação foram de 10,75% ao ano. Apesar de tomar a Selic como referência, a taxa DI flutua diariamente, conforme as expectativas do mercado sobre o crédito.

Nos exemplos calculados pela Anefac, em uma aplicação com mais de 18 meses e um dia, quando o CDB alcança a melhor relação entre rendimento e desconto IR, um valor inicial de R$ 1.000 sobe para R$ 1.150,58. A rentabilidade no intervalo é de 15,06%.

Poupança

Se esse mesmo valor inicial de R$ 1.000 permanecesse em uma caderneta de poupança por igual período, o poupador faria um resgate de R$ 1.093,96. O rendimento é de 9,4%. O ganho com a poupança é de apenas 62% do obtido por meio do CDB de um banco médio.

Investimento mais popular do país, a poupança oferece o pior retorno entre todas as opções analisadas, apesar de contar com isenção do IR.

O levantamento demonstra, porém, que não é qualquer CDB que garante o maior lucro. O investimento oferecido por grandes bancos é menos competitivo.

Para quem aplica um valor inicial relativamente baixo, como é o caso dos exemplos simulados, a remuneração é de apenas 93% do CDI. Nessas condições, a aplicação perde em rentabilidade para os demais investimentos avaliados, com exceção da poupança.

Para aplicações em intervalos acima de seis meses e abaixo de um ano e um dia, as LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) trazem o melhor retorno.

A remuneração de 90% do CDI considerada na simulação se mostra vantajosa no cenário de curto prazo porque ela é isenta de Imposto de Renda. Outros investimentos em renda fixa mais competitivos, como os CDBs, têm alíquota de 20% para resgates realizados no referido período.

Tesouro Direto

Tesouro Direto Selic e Fundo DI conservador foram as outras opções analisadas. Ambos ficam atrás quando comparados à rentabilidade dos CDBs de bancos médios e das LCIs e LCAs, mas se mostraram opções vantajosas na comparação com CDBs de grandes bancos e, principalmente, em relação à caderneta de poupança.

Não foram consideradas taxas de administração e custódia para as simulações de Tesouro e Fundo DI.

Todos os exemplos são apenas demonstrativos. Juros e rentabilidade podem variar de acordo com a flutuação das taxas praticados no mercado aberto. O valor investido, o prazo da aplicação, e as condições oferecidas pelas instituições financeiras aos seus clientes também afetam a rentabilidade.

Por optar por aplicações com maior liquidez e mais conservadoras, as simulações realizadas pela Anefac não consideraram investimentos em debêntures incentivadas. Esse tipo de aplicação também é considerado como sendo de renda fixa. É uma alternativa que costuma oferecer rentabilidade mais elevada quando comparada a aplicações tradicionais, mas também é mais arriscada.

Quem compra esse tipo de título no mercado de capitais está, na prática, emprestando dinheiro para a empresa que emitiu esse papel. Em troca, o investidor recebe juros. A parte arriscada do investimento está justamente na capacidade que a empresa emissora terá de honrar o seu compromisso.

As simulações também não consideram os juros reais, resultado da subtração do índice de inflação da taxa de juros estimada para um determinado período.

Com a Selic tendo voltado aos dois dígitos e um aumento do custo de vida estimado em 5,38% para 2022, todos os investimentos mais conhecidos e renda fixa passaram a pagar juros reais.