A bancada do PT na Câmara decidiu ontem, por unanimidade, indicar o ex-preso político e fundador do partido, Apolônio de Carvalho, para o Conselho da República, em substituição ao advogado Evandro Lins e Silva, falecido no ano passado. De acordo com o deputado Chico Alencar (PT-RJ), encarregado de fazer o convite, Apolônio não aceitou. ?Ele disse que estava honradíssimo e comovido, mas não poderia aceitar porque não teria condições físicas para assumir a responsabilidade?, disse Chico Alencar.
Desde o início do mês, Apolônio Carvalho está envolvido numa grande polêmica. O Ministério da Justiça decidiu conceder-lhe aposentadoria equivalente à de general de brigada, visto que ele era segundo tenente do Exército quando foi expulso das Forças Armadas, durante a primeira ditadura de Getúlio Vargas, nos anos 30. Mas o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que lhe conceda também a patente de general. Os militares não concordam. Fizeram pressão sobre o ministro da Defesa, José Viegas. Ontem, Viegas disse que o presidente Lula lhe garantiu que não promoverá Apolônio a general.