Posição do manete reforça hipótese de falha na turbina

A posição de um dos manetes (aceleradores do avião) do Learjet 35 da Reali Táxi Aéreo reforça as suspeitas de que um dos motores do jato falhou logo após a decolagem. Pela análise visual dos destroços, a alavanca direita estava na posição de marcha lenta, enquanto a outra permaneceu no modo de aceleração. Isso, em tese, sugere que o piloto tentou reduzir a potência do motor em pane, antes de perder o controle da aeronave e cair sobre casas na Rua Bernardino de Sena

Ao mesmo tempo em que ajuda a elucidar as circunstâncias da tragédia, a informação põe em dúvida o grau de treinamento dos pilotos. Militares ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem que os manuais desaconselham qualquer tipo de procedimento abaixo de 500 pés (150 metros de altitude), mesmo em situações de emergência. ?Logo após a decolagem, a única preocupação da tripulação tem de ser pilotar o avião?, diz um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo ele, uma eventual pane do motor direito também ajudaria a explicar a curva feita pelo jato. Após a decolagem, o Learjet virou à direita, quando deveria ter ido para o lado oposto. ?Se uma turbina entra em pane, há o que chamamos de potência assimétrica.? Embora isso desestabilize o avião, diz o oficial, é possível reverter essa tendência utilizando o manche (controle direcional)

Ontem, a delegada titular da 4ª Seccional, Elizabeth Sato, se reuniu com o perito Antônio Nogueira, do Instituto de Criminalística (IC), e com o chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica, coronel Wagner Cyrillo, para apresentar os primeiros materiais coletados no local do acidente. Entre eles está o documento que certifica a inspeção do motor do jato, feita em 24 de outubro.

Também foram encontrados três manuais e três cadernetas com o diário de bordo do jato, além de uma máquina de escrever e de uma câmera digital. O chip com as imagens foi encaminhado para o IC. ?Com o que temos até agora, é prematuro concluir qualquer coisa porque dependemos de informações técnicas?, alegou a delegada.

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