Polícia Federal volta a investigar fraude nos Correios

Brasília – A Polícia Federal deu início nesta quinta-feira (2) à Operação Selo, contra uma organização criminosa que lesava a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. É realizada por 120 policiais federais e também por membros da Controladoria Geral da União, com o objetivo de cumprir 25 mandados de busca e apreensão e cinco prisões temporárias no Rio de Janeiro, Distrito Federal e outros estados.

Segundo a PF, a organização criminosa fraudava licitações pelo menos desde 1994, utilizando empresas com diferentes personalidades jurídicas, e o principal líder, preso na ação de hoje, também já havia sido condenado pela Justiça Federal por crime semelhante em 1995.

Para fraudar as compras dos Correios, a quadrilha corrompia servidores da empresa para que aprovassem produtos com especificações abaixo das exigidas nos editais de licitação. Assim, as empresas ligadas ao grupo podiam oferecer os menores preços e vencer a concorrência. Várias licitações estão sob suspeita. Numa delas, os Correios gastaram quase R$ 8 milhões para comprar cofres fora dos padrões de segurança exigidos. A baixa qualidade do produto foi comprovada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.

Os mandados foram concedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal e todos os presos serão encaminhados à Superintendência da PF em Brasília.

A Operação Selo é uma continuação das investigações iniciadas em maio de 2005, após denúncias contra Maurício Marinho, então chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios. Um vídeo divulgado na ocasião pela imprensa mostrava Marinho recebendo propina de R$ 3 mil para favorecer a empresa de Arthur Wascheck Neto em processo de licitação.

O esquema de corrupção envolvia funcionários indicados pelo PTB e outros partidos da base do governo. Na gravação, Marinho citava o nome do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Menezes Batista, indicado ao cargo pelo PTB, e afirmava que o esquema de favorecimento nas licitações era controlado pelo partido. Depois que o escândalo veio à tona, Jefferson denunciou a existência do mensalão, o pagamento a parlamentares em troca da aprovação de projetos de interesse do governo.

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