Polícia Federal abre investigação contra Bispo Edir Macedo

Com base em uma denúncia do ex-deputado estadual Afanasio Jazadji (DEM) apresentada há dois anos, a Polícia Federal decidiu abrir investigação sobre o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, pela suposta prática de crimes de falsidade ideológica, contra a fé pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O inquérito será conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários, informou a superintendência regional da PF em São Paulo.

Jazadji juntou à representação cópia de documento que o bispo teria assinado, em 2003, quando teria se mudado para os Estados Unidos. Nesse documento, Macedo informou que no ano anterior teve rendimento tributável de R$ 8.289,60. Na época, ele já era controlador da Rede Record de Rádio e Televisão. O ex-deputado reforçou a denúncia com dados que obteve na 39.ª Vara Cível da Capital, onde tramitava uma ação ordinária de revogação de doação por ingratidão que um ex-obreiro da Universal moveu contra o bispo.

"Com artifícios, (o bispo) conseguiu do obreiro e de seu irmão a fabulosa quantia de US$ 3,2 milhões", alegando aos crédulos da seita que precisaria daquele numerário "para fechar suas contas com a Receita Federal", assinala o ex-deputado. "Em verdade, foi um pedido de empréstimo que acabou se transformando em doação forçada.

O ex-deputado destacou declaração do advogado Rodrigo Pereira Adriano, da Universal, anexada aos autos daquela ação judicial. "Edir Macedo não tem nenhum vínculo jurídico/estatutário com a Universal, não faz parte de sua diretoria, bem como não reside neste País", assinalou o advogado. A legislação que disciplina a concessão para exploração de veículos de comunicação exige que os diretores executivos dessas empresas sejam brasileiros e residam no País. Para Jazadji, o líder da Universal teria se apropriado de recursos da igreja para formar patrimônio pessoal em empresas de comunicação.

Record

A direção da Record não se manifestou sobre o inquérito federal. "Não temos ciência do teor do mesmo", observou a emissora, por meio de sua assessoria de imprensa. "A compra da Record foi investigada várias vezes e não há mais o que ser investigado. Se o assunto é esse não passa de especulação e configura no linguajar jurídico "bis in idem", isto é, investigar o que já foi investigado, de forma que o inquérito não prosperará na forma da lei brasileira, porque já foi tudo investigado em outro inquérito. Se for outro assunto não podemos opinar porque não tomamos ciência do mesmo ainda, sendo assim como opinar sobre o que não se conhece?

O bispo Edir Macedo, a Universal e o advogado Rodrigo Pereira Adriano também não quiseram se pronunciar sobre a investigação da PF. Segundo a assessoria da Igreja, Macedo "ainda não foi notificado sobre o inquérito".

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