Paulo Renato: análise de livros escolares termina hoje

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo terminará hoje a revisão dos 818 títulos de livros didáticos, de 80 diferentes editoras, distribuídos para a rede estadual de ensino. A informação foi dada pelo secretário Paulo Renato Souza, em entrevista à Rádio Eldorado. O secretário afirmou também que, na quarta-feira, será aberta uma exposição com todos os títulos entregues às escolas.

“Qualquer pessoa que queira revisar um por um poderá o fazer, mas a imensa maioria é formada por livros de muito boa qualidade”, disse. As medidas são uma resposta aos recentes casos de distribuição de obras com conotação sexual e palavrões às instituições de ensino. O mais recente caso foi divulgado hoje pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a publicação, o governo paulista enviou a alunos de 9 anos um livro de poemas para adolescentes, com frases como “Nunca ame ninguém. Estupre”. A obra faz parte do programa Ler e Escrever.

Essas dificuldades enfrentadas pelo governo do Estado com livros didáticos inapropriados começaram ainda na gestão da ex-secretária Maria Helena Guimarães de Castro, que deixou o cargo em abril e foi substituída por Paulo Renato. Na primeira ocorrência, um livro trazia dois Paraguais e excluía o Equador de um mapa. O segundo caso, da obra “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, havia conotação sexual.

“Daqui para a frente, não se compra nada sem que haja uma avaliação de uma comissão formal que eu nomearei. Eu asseguro que isso não vai acontecer, que sairão no Diário Oficial (do Estado, D.O.E.) os nomes das pessoas que formarão este grupo e que terão de dar um parecer sobre cada livro que deverá ser comprado”, disse Paulo Renato.

Sindicância

Segundo ele, não houve o estabelecimento de uma comissão formal para a escolha dessas obras pedagógicas. “Foi um grupo de pessoas que escolheu, mas não uma comissão formal. Eu herdei esse problema, mas, de fato, a própria equipe que coordena o programa reconhece que houve falhas graves no processo de escolha”, disse. A secretaria nomeou uma comissão de sindicância para investigar os três casos. Conforme Paulo Renato, este grupo concluirá a análise dentro de duas semanas. “Todas as pessoas envolvidas estão sendo ouvidas e nós saberemos exatamente o que aconteceu.”

Para o secretário de Educação, os danos causados ao ensino não foram grandes. No caso do livro sobre futebol, Paulo Renato afirmou que nem sequer chegou às mãos dos estudantes. O livro com conotação sexual fez parte do acervo por 15 dias, mas o secretário acredita que um professor jamais daria aquele texto para uma criança ler ao perceber o impedimento.

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