Para aprender a sonhar com Rubem Alves

Em Conversas sobre Educação (130 págs., R$ 20,90), que a Versus Editora acaba de lançar, as crônicas de Rubem Alves (que recentemente publicou Fomos Maus Alunos, com Gilberto Dimenstein) transformam um assunto sério num bate-papo descontraído e bem humorado. Ele propõe uma missão bem simples para a edução: formar um povo para sonhar e assim promover a contrução de um País.

Por que ensinar a sonhar? Porque o sonho é desejo, e o desejo é a base do pensamento e da inteligência. Logo, Rubem Alves estimula a postura de um educador provocativo, que tenha a capacidade de induzir ao raciocínio. Pois são a curiosidade, a indignação e o desafio que aguçam essa busca do conhecimento.

Para o autor, o saber só é absorvido quando se retoma o prazer de aprender, “pelo fascínio das coisas do mundo que nos cerca”: “É inútil obrigar a inteligência a aprender mil coisas que não estão ligadas aos sonhos. A inteligência esquece logo”, observa.

O livro também suscita discussões: Qual será o futuro da escola? O modelo atual está falido? Está condenado ao fracasso? Qual o sentido do vestibular? Por que separar os alunos por idade, capacidade de aprendizado ou condições físicas? Segregar ensina a conviver com a diversidade social? Com seu estilo inconfundível, Rubem Alves remexe conceitos que podem vir a ressuscitar o valor da educação, e reiteram a vocação nata do poeta, pedagogo por natureza.

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