ONG acusada de biopirataria

Brasília – A auditora interna da Fundação Nacional do Índio (Funai) Regina Célia Fonseca Silva disse, na tarde de ontem, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Biopirataria, que suspeita das atividades da família Van Roosmalen no Brasil. A família administra uma organização não-governamental (ONG) – a Amazon Conservation Team – que atua na coleta de conhecimentos tradicionais de povos indígenas. O presidente da ONG, Vasco Marcus Van Roosmalen, também foi convocado para depor na CPI. Regina denunciou à Secretaria Federal de Controle Interno o convênio da ONG com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela acusa a Funai de facilitar a entrada da organização em terras indígenas, sem exercer qualquer controle sobre suas atividades. Um livro publicado pela família sobre os conhecimentos indígenas teria sido a base da denúncia feita pela auditora. Regina também suspeita das empresas estrangeiras que patrocinam a Amazon Conservation Team. Essas empresas, segundo ela disse, estariam ligadas à produção de cosméticos e medicamentos.

Demarcação

Os 400 índios das sete aldeias do norte do Espírito Santo reiniciaram, ontem pela manhã, a auto-demarcação da área de 11 mil hectares utilizada pela empresa Aracruz Celulose. O cacique Jaguaretê, da aldeia tupiniquim Caeira Velha, disse que, após passarem a terça-feira derrubando vários eucaliptos plantados no terreno, os índios retornaram às aldeias por volta das 19h. O líder indígena acredita que os trabalhos de demarcação devem terminar somente na próxima semana. O objetivo é reconstruir as aldeias que existiam há 30 anos e que agora foram tomadas pelas plantações de eucalipto da empresa. Em 1997, a Funai fez um estudo identificando que cerca de 13 mil hectares de uma área no município pertenciam às sete aldeias indígenas existentes na região. No entanto, no ano seguinte, apenas 2,5 mil hectares foram repassados aos índios.

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