O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quinta-feira (25) que o número de mortos pela Covid-19 no Brasil “já ultrapassou o limite do bom senso”.
Ao chegar em seu gabinete, o vice comentou a reunião realizada na quarta (24) entre o presidente Jair Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e um grupo de governadores.
Mourão disse que o objetivo atual do governo é diminuir a quantidade de gente contaminada e o número de mortos.
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“Foram decisões que já vinham sendo gestadas, agora tem um novo ministro da Saúde [Marcelo Queiroga], assumiu o comando ontem e conversou com vocês [imprensa]. Agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos, que já ultrapassou o limite do bom senso”, declarou.
O Brasil tem 12,2 milhões de infectados e ultrapassou a barreira de 300 mil óbitos.
Nos últimos dias, o país tem contabilizado recordes diários no número de mortos pela doença, com os sistemas hospitalares nos estados à beira do colapso.
Na reunião no Palácio da Alvorada na quarta, Bolsonaro anunciou a criação de um comitê para coordenar as ações de enfrentamento à pandemia.
O encontro foi pensado pelo Palácio do Planalto como uma forma de mostrar reação do governo na crise sanitária, uma vez que o aumento das mortes e a postura negacionista de Bolsonaro têm afetado a popularidade do presidente.
Mourão, que também participou da reunião, disse que duas decisões foram tomadas no Alvorada.
“Uma na área internacional, de aumentar nossa inserção, nosso trabalho junto aos países que produzem insumos e vacinas para tentar acelerar a chegada não só dos insumos como das próprias vacinas no Brasil”, disse.
“A outra decisão na área político estratégica é a criação desse comitê que sinaliza um trabalho conjunto de todas as instituições que têm responsabilidade por debelar essa pandemia”.
Ele afirmou ainda que é preciso aumentar os dias de vacinação no Brasil. “[E] acelerar compra de insumos que estão em falta, principalmente os necessários para intubação e outros medicamentos”, disse.
O vice foi questionado sobre o pronunciamento na quarta de Lira, que cobrou uma correção de rumo na ação do governo na pandemia.
Em sua fala, o presidente da Câmara disse que, se não houver correção de rumo, a crise pode resultar em “remédios políticos amargos” a serem usados pelo Congresso, alguns deles fatais.
Mourão disse preferir não comentar o assunto.