Jovens se comprometem a fazer ‘rolezinhos’ organizados

Os principais organizadores do movimento de “rolezinho” das zonas oeste, norte e sul de São Paulo se comprometeram a avisar os donos de shopping centers antes de divulgar novos eventos e adequar o número de participantes à capacidade dos locais. O anúncio foi feito por um grupo de jovens selecionados pela Prefeitura de São Paulo que se reuniu nesta quarta-feira, 29, com o Ministério Público Estadual (MPE) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Por parte dos empresários, a Abrasce deixou claro que a situação será analisada caso a caso e que não poderá obrigar nenhum dos filiados a entrar num acordo. O Shopping Metrô Itaquera, na zona leste da capital paulista, que ficou marcado por uma confusão entre jovens e a Polícia Militar (PM) num “rolezinho” neste mês, foi o primeiro a anunciar que receberá os organizadores na próxima semana para planejar os eventos.

 

“A gente está em conversa para fazer um rolê organizado com uma estrutura conforme o shopping. Rolê mais expandido a gente vai estar procurando o poder público para estar fazendo nas praças”, disse o cantor de funk Jonathan David, mais conhecido como MC Chaveirinho, de 20 anos, considerado um dos líderes da zona leste.

 

Grupos fechados

Os organizadores dos encontros, que têm nas redes sociais até cem mil seguidores, ou fãs, como eles chamam, pretendem formar uma associação com representantes em cada região da cidade. Os convites para os eventos em shoppings serão limitados para grupos fechados, uma vez os eventos em praças e parques serão divulgados abertamente. “A gente vai precisar de segurança e ambulância. O governo que banque isso”, diz MC Chaveirinho.

“A partir dessa conversa de hoje (esta quarta-feira), os jovens farão conversas diretamente com as lideranças dos shopping centers. Nós (MPE) vamos promover uma reunião envolvendo Prefeitura e Estado para garantir os espaços públicos com seguranças e programação cultural compatível com o gosto e a idade deles”, afirmou o promotor de Justiça de Direitos Humanos Eduardo Valério. Já a Prefeitura da capital diz que pretende usar a capacidade de articulação desses jovens para campanhas e convocação de eventos, como doação de sangue e de brinquedos.

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