Indústria aérea prevê prejuízos bilionários em 2008

A indústria aérea já prevê prejuízos bilionários em 2008 diante da alta nos preços dos combustíveis. Ontem, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) anunciou que poderá fechar o ano com uma dívida de US$ 2,3 bilhões se a média do barril de petróleo ficar em US$ 106,00. Mas se a média chegar a US$ 135,00 o barril, as perdas chegariam a US$ 6,8 bilhões. Mais de 20 empresas já deixaram de voar.

Presidida pelo brasileiro Fernando Pinto, a entidade realiza sua reunião anual diante de um cenário preocupante e aprovou uma resolução unânime entre as mais de 240 empresas aéreas pedindo a intervenção dos governos para salvar o setor. No caso do Brasil, Pinto quer o fim das taxas da Infraero, consideradas como abusivas e que gerariam aos cofres públicos US$ 1 bilhão.

No início do ano, a previsão era de lucros de US$ 4,5 bilhões, depois de seis anos de perdas. Mas a previsão foi feita com base em um barril de petróleo a US$ 86,00.

Segundo a entidade, a cada dólar que o petróleo sobe, as empresas são obrigadas a gastar, conjuntamente, US$ 1,6 bilhão a mais em combustível. Para o diretor da Iata, Giovanni Bisignani, os gastos apenas com o petróleo na indústria chegarão a US$ 176 bilhões neste ano, US$ 40 bilhões a mais que em 2006. Em 2002, a conta total do petróleo foi de apenas um quarto do que vai se gastar em 2008. Para tentar pressionar os governos a dar novos incentivos à indústria, a Iata aprovou ontem uma resolução apelando para a ajuda de governos, sindicatos e aeroportos.

"Tempos difíceis pedem medidas extraordinárias. As empresas aéreas são motores da prosperidade global e um fracasso no setor mandaria ondas de choque a toda a economia mundial", alertou Pinto. Segundo ele, o setor emprega 32 milhões de pessoas. Nos últimos 60 anos, as empresas movimentaram US$ 11,5 trilhões. Mas a dívida acumulada chega a US$ 190 bilhões hoje.

Entre as medidas pedidas pela Iata estão o fim das taxas que os governos, como o do Brasil, colocaram nos últimos anos para tentar financiar investimentos em aeroportos. Outro apelo é para que haja uma maior liberdade de rotas e acordos de céus abertos. "Estamos em uma tempestade", afirmou Bisignani.

Voltar ao topo