Incêndio destrói cerca de cem casas em favela de SP

Um incêndio grande proporção destruiu na madrugada de hoje cerca de cem barracos de uma favela na zona oeste de São Paulo, deixando mais de 400 pessoas sem moradia, segundo levantamento preliminar da Defesa Civil. Apesar disso, não houve feridos.

O fogo começou por volta das 3h na avenida Engenheiro Roberto Zuccolo, no Jardim Humaitá. Ao todo, 20 carros dos bombeiros foram deslocados para o local. Por volta das 7h30, as chamas já estavam controladas, mas o trabalho de rescaldo continua.

A Defesa Civil aponta que havia 320 barracos na favela. Os moradores que perderam suas casas serão cadastrados pela Defesa Civil para entrarem em programas assistenciais. Eles devem receber um kit emergencial com cesta básica, cobertores e produtos de higiene.

“Sai descalça, com a roupa do corpo. Não tive tempo de pegar nada. Agora, quero um lugar pra ficar com meus filhos. Se a Defesa Civil não encontrar, vou invadir uma casa pra ficar”, afirmou a catadora Rosilda Camila de Araújo, 44, que mora há 11 anos na favela.

Segundo o entregador Iago Jacinto Alves, 19, morador da favela, o incêndio teria começado na casa de um vizinho que dormiu após deixar uma panela no fogo. Informações preliminares dos bombeiros também apontam que o fogo começou no fogão de uma casa.

A separadora Luciana Feitosa, 33, que mora há quatro anos no local com o marido e dois filhos –de 15 e 12 anos–, disse ter acordado com os vizinhos gritando “a favela está pegando fogo”. Ela só teve tempo para juntar alguns documentos antes deixar a casa com a família.

“Só vou esperar o que a prefeitura vai dizer. Dependendo da resposta, começo a construir de novo. Eu não tenho para onde ir”, disse Feitosa. Duas irmãs e dois primos dela também perderam seus barracos no incêndio.

Outra moradora que perdeu tudo foi a ajudante geral Ana Lucia Buique Silva, 36, que estava na casa de um irmão, em Pirituba, zona norte de São Paulo, quando foi avisada sobre incêndio. “Perdi tudo, não vou nem trabalhar hoje. Não quero ir para abrigo, quero uma moradia digna”, disse.

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