Evo impõe regras para negociar gás com o Brasil

O presidente boliviano, Evo Morales, aproveitou a recente exposição da deficiência brasileira na oferta de gás para retomar o tom incisivo de seu discurso em relação aos investimentos na área de energia. "Se quiser investir, bem-vindo", disse, em Santa Cruz de la Sierra, sobre a possibilidade de a Petrobras voltar a injetar recursos no país. Mas, apesar de admitir que a Bolívia precisa de "milhões e milhões" para desenvolver suas reservas de petróleo e gás ele fez questão de ressaltar que qualquer novo contrato terá de "garantir o respeito às normas bolivianas".

Na terça, depois de uma reunião de quase quatro horas, na sede da estatal boliviana de petróleo YPBF, em La Paz, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, declarou que "uma nova relação está começando" entre os dois países. "Os contratos foram protocolizados e, agora, neste novo cenário, podemos começar a avaliar novos investimentos para aumentar a produção de gás na Bolívia", disse Gabrielli, que fez sua primeira visita ao país desde a nacionalização boliviana, em maio do ano passado.

Gabrielli deu a entender que as bases agora serão outras, ao lembrar que a Petrobras tem hoje na Bolívia um marco legal, contratos de produção assinados, condições legais definidas. Sem detalhar os novos investimentos negociados, o executivo disse que o aumento da produção de gás não significa que o volume a mais produzido será exclusivamente exportado para o Brasil. Nova reunião vai ocorrer entre 26 e 30 deste mês, em local a ser definido.

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