Embaixador diz que Brasil interpretou mal recomendação da União Européia

Brasília – Ao anunciar nesta quarta-feira (27) a liberação da exportação de carne de 106 fazendas brasileiras para a União Européia (UE), o chefe da delegação européia no Brasil, embaixador João Pacheco, disse que pode ter havido um problema de interpretação do governo brasileiro em relação ao número de fazendas que estariam aptas a exportar. Ele explicou que a indicação de limitar o comércio a 300 fazendas foi apenas uma recomendação, não uma limitação quantitativa.

?Foi uma recomendação, para que não nos enviassem uma lista muito maior, para que depois fôssemos fazer uma inspeção e as coisas não estivessem bem. Mas não há nenhum limite quantitativo, o único limite são as auditorias estarem feitas, e bem feitas?, disse Pacheco.

Em nota divulgada no início de fevereiro, o Itamaraty disse que ?a pretensão européia de que o Brasil selecione 300 propriedades dentre o universo de fazendas preliminarmente aprovadas é descabida e discriminaria entre fazendas perfeitamente habilitadas, punindo os esforços dos fazendeiros que procuraram cumprir as exigências estabelecidas pela União Européia?.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou a dizer que as restrições quantitativas em relação à carne do Brasil contrariam as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo João Pacheco, a necessidade do envio de listas pelo governo brasileiro ocorreu devido a problemas com o Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov).

?Primeiro, nos enviaram uma lista com mais de duas mil fazendas sem os relatórios de inspeção. Então, não pudemos aceitar. Depois, nos enviaram uma lista mais reduzida, mas que ainda tinha problemas. E finalmente agora tivemos uma lista sem problemas?, explicou.

Ele reforçou que não existe um limite quantitativo para a importação de carne brasileira pela União Européia (UE). ?Não há qualquer limite quantitativo. O número de fazendas que serão liberadas depende do que o governo brasileiro nos enviar como lista devidamente auditada, com auditoria feita?.

No dia 31 de janeiro, a União Européia suspendeu a compra de carne do Brasil, alegando insuficiência das garantias sanitárias e de qualidade dadas pelo país.

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