Delúbio caiu. E o próximo deve ser José Genoino

Nilo Bueno / Diário da Manhã

Delúbio Soares: tesoureiro segue
os passos de Sílvio Pereira.

São Paulo – O tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pediu afastamento do cargo da executiva nacional do partido no início da tarde de ontem. A informação foi transmitida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que participou da reunião da executiva, que começou por volta das 10h, na sede nacional do partido, no centro de São Paulo.

Segundo Suplicy, o pedido de afastamento de Delúbio seguiu a mesma linha do que fez na véspera o secretário-geral, Sílvio Pereira. O tesoureiro alegou que o afastamento é para que possa se defender das acusações de ser um dos operadores do mensalão. Quanto ao presidente do partido, José Genoino, ainda não é certa sua saída do cargo. A tendência é de que ele conduza o partido até a reunião do diretório nacional, no sábado.

No encontro será eleita uma executiva provisória, que dirigirá o PT até a realização das eleições diretas, marcadas para setembro (e que podem ser antecipadas ou mesmo adiadas). Na segunda, o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, entregou uma carta pedindo licença de suas funções. O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e o secretário-geral da presidência, ministro Luiz Dulci, são cogitados para integrar a nova direção do PT. Dulci era o secretário-geral do partido até a eleição de Lula e Marco Aurélio, o secretário de Assuntos Internacionais.

Desde a noite de sábado passado, na festa junina da Granja do Torto, Lula passou a exigir mudanças no comando do partido. O presidente estava sob o impacto da denúncia da revista Veja de que o publicitário Marcos Valério de Souza, suspeito de operar o mensalão, avalizou um empréstimo de R$ 2,4 milhões para o PT, mostrando um contrato assinado por Genoino e Delúbio Soares.

Limpeza

O grupo mais à esquerda do PT, formado por 13 deputados federais, lançou ontem um documento pedindo um choque de ação por parte do partido e a saída de todos os dirigentes da atual executiva para que possam se defender das acusações de envolvimento com o publicitário Marcos Valério de Souza e o pagamento do mensalão a deputados da base aliada.

O grupo não quer o adiamento do processo de eleições diretas (PED) do partido, marcado para setembro. Segundo o documento, as eleições de setembro darão a oportunidade de substituir a atual direção partidária, "responsável maior pela crise em que se encontra nosso partido e garantir a escolha de um companheiro comprometido com o resgate da credibilidade de um partido que ainda se reivindique ético, militante, democrático e socialista".

A nota também critica a proposta do deputado Delfim Netto (PP-SP), que tem como ponto forte a meta de o Brasil chegar a um déficit nominal zero nos próximos anos. Assinam a nota os deputados Antonio Carlos Biscaia (RJ), André Costa (RJ), Chico Alencar (RJ), Dra. Clair (PR), Dr. Rosinha (PR), Gilmar Machado (MG), Iara Bernardes (SP), Guilherme Menezes (BA), Ivan Valente (SP), João Alfredo (CE), João Grandão (MS), Luiz Alberto (BA), Maninha (DF), Mauro Passos (SC), Nazareno Fonteles (PI), Orlando Desconsi (RS), Orlando Fantazzini (SP), Paulo Rubens Santiago (PE), Tarcísio Zimmerman (RS) e Walter Pinheiro (BA). 

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