Crise de energia afeta exportações para o Brasil

O superávit comercial do Brasil com a Argentina andou encolhendo nos últimos meses, sobretudo pelos efeitos do real valorizado. Mas a situação se reverteu em julho. Segundo a consultoria Abeceb, o superávit brasileiro cresceu 16,6% ante julho de 2006 e 21% ante junho deste ano. Até julho, o Brasil havia obtido superávit de US$ 1,610 bilhão, 12% menos que no mesmo período de 2006.

O motivo da virada é a crise energética na Argentina, desde maio. Isso reduziu a produção industrial e, conseqüentemente, as exportações para o Brasil. Mais de 300 indústrias argentinas estão paralisadas, sem gás e energia elétrica, e quase 5 mil estão semiparalisadas, com fornecimento parcial de energia.

Assim, as expectativas argentinas de diminuir o déficit com o Brasil, que cresce desde 2003 – com breves interrupções – começam a ficar abaladas. O superávit brasileiro foi de US$ 415 milhões em julho, um aumento de 16,6% ante julho de 2006. As exportações para a Argentina somaram US$ 1,31 bilhão em julho, um aumento de 12,2% ante junho e de 15,7% ante julho do ano passado.

As vendas argentinas para o Brasil somaram US$ 896 milhões, o equivalente a um aumento de 15,3% em relação a julho do ano passado. Mas esse crescimento equivale à metade da média verificada até junho deste ano, quando as exportações argentinas ainda livres da falta de eletricidade, cresceram 30% mensais.

Segundo a Abeceb, em maio o superávit brasileiro foi de US$ 347 milhões. Ou seja, um aumento de apenas 0,3% na comparação com o mesmo mês de 2006 e de 3% em relação a abril deste ano. Em maio, a Argentina vendeu US$ 848 milhões, um crescimento de 33,1% em relação ao mesmo mês de 2006 e de 15,8% ante abril. No mesmo mês o Brasil exportou para o mercado argentino US$ 1,195 bilhão, uma alta de 21,6% ante maio de 2006 e de 11,8% ante abril deste ano.

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